O Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, esteve hoje ao final da manhã a avaliar a quase concluída obra de 'alimentação artificial' do areal na Praia da Barra. Após os trabalhos realizados nos últimos meses para fazer face aos estragos causados pelo mar, no Inverno, após a 'forçada' reposição de areias, visitou uma praia "em melhores condições para resistir aos próximos temporais". "A praia está mais resistente, sendo esta uma das 'costas' mais vulneráveis do país", disse. "Esta era a obra necessária", vincou, adiantando que "estamos à espera de um estudo que encomendámos para perceber que obras poderão ser feitas no futuro para que o risco de destruição seja menor ou, sequer, existente", referiu. Para Paulo Lemos, é importante, tendo por base o próximo Quadro Comunitário de Apoio Financeiro "apostar em obras que dêem mais resistência ao litoral". O litoral aveirense "é dos mais vulneráveis", por isso, "não podemos dizer que as obras são definitivas". Acompanhado por autarcas ilhavenses, esteve no areal para avaliar o trabalho realizado. "Temos de encontrar soluções mais inovadoras e eficazes, no futuro. Envolvemos as Universidades neste processo para nos ajudarem nas melhores opções de futuro, nesta luta permanente" pela defesa da orla costeira nacional, sublinhando que todas as intervenções são possíveis, "pode haver um recuo controlado das populações", disse. "Pugnamos pela legalidade, segurança e ausência de risco para as pessoas". A intervenção a fazer no litoral aveirense terá de combater "as ocupações desregradas que tornam frágil o litoral", referiu, adiantando que em alguns casos "mais vale retirar as pessoas do que estar a fazer obras permanentemente". O estudo estará concluído no inicio de Novembro. Confrontado com a possibilidade de se optar, eventualmente, por retirar os moradores da praia, "numa medida impensável para muitos", Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara ilhavense, disse que nem quer pensar nessa possibilidade. O autarca tem residência fixa na Praia da Barra e dali não perspectiva sair. "Não vou mudar de casa, é lógico que não. Durmo todos os dias descansado. As populações reconhecem o esforço que estamos a fazer, privilegiando a segurança da população e bens. Não tenho dúvidas que a população das nossas praias não será deslocalizada", disse sorrindo. "Moro aqui perto, durmo tranquilo, seguramente que ninguém vai sair daqui. A nossa Praia da Barra, obviamente, será mantida", garantiu. Diário de Aveiro |