A economia do mar está dependente da capacidade de financiamento e da qualificação de recursos humanos. Dois pilares que, segundo o presidente da associação Oceano XXI, vão dificultar a passagem das palavras à ação. Ribau Esteves falava na apresentação do Jornal da Economia do Mar, em conferência nas instalações do ISCIA, para salientar que a questão do investimento é particularmente complexa.
“O grande problema da economia do mar dos últimos anos e principal problema a vencer é o do financiamento. Temos que aumentar a capacidade de investimento no mar. Mas também investimento humano. O porto de Aveiro tem 16 navios na frota longínqua de pesca. Há 30 anos eram 70. Se hoje tivesses 70, 80% das tripulações seriam estrangeiras porque não temos capacidade de produção de recursos humanos para ter 70 navios de pesca”.
O responsável pelo novo projeto editorial mensal, Gonçalo Magalhães Colaço, afirma que o fomento de uma economia assente em pequenas e médias empresas pode também fazer-se por via da informação. “A economia constrói-se da relação de pequenas e médias empresas e essas estão distantes do mar. O país precisa de ligar investidores às pessoas com ideias. O jornal serve de plataforma, de lugar comum, de todas as pessoas com preocupação pelo mar”.
José Luís Cacho, da administração do Porto de Aveiro, elogiou a iniciativa. Diz que este segmento de informação dedicado à economia do mar faz todo o sentido. “Desde a primeira hora, em maio, quando conversámos sobre este projeto encorajei-o. A comunidade portuária de Aveiro tem procurado dar apoio. Ocupa um espaço vazio nesta área e o jornal pode ter papel importante e contribuir para o desenvolvimento da economia do mar. Pelo menos para o conhecimento”. Diário de Aveiro |