Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) foram responsáveis por "contributos significativos" nos avanços na tecnologia LED azul distinguidos com a atribuição do Prémio Nobel da Física aos cientistas Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura. A relevância do trabalho desenvolvido pelos investigadores portugueses está bem patente nos trabalhos em co-autoria com os laureados e na citação que estes mereceram na investigação que conduziu ao prémio Nobel da Física de 2014. A participação do Departamento de Física da UA na área de investigação de materiais da família dos nitretos para aplicação em díodos emissores de luz (LED) azul, em que foi pioneira a nível nacional, remonta aos anos 90. Em 1996, iniciou-se o projecto multidisciplinar e internacional “Rainbow”, financiado pela Comunidade Europeia, que na UA foi coordenado por Helena Nazaré e Estela Pereira, professoras daquele Departamento. Este projecto envolveu a indústria e Universidades de diversos países europeus e, entre outros objectivos, destinava-se ao desenvolvimento de protótipos de LED e díodos Laser no azul. Na sequência deste projecto, "fortaleceram-se redes internacionais de colaboração entre os cientistas que trabalhavam nesta área". Em consequência, e fruto da capacidade de investigação "ao nível da caracterização óptica e estrutural de materiais semicondutores, nomeadamente no GaN e na liga ternária de InGaN", que é o material emissor central nestes dispositivos, os investigadores da UA (Estela Pereira, Teresa Monteiro, Rosário Correia e Sérgio Pereira) desenvolveram trabalhos onde também participaram dois dos laureados com o prémio Nobel da Física 2014, um dos quais integra um capítulo de um livro desta área de investigação. Além das co-autorias com dois dos Nobéis da Física 2014, existe ainda trabalho liderado pela equipa da UA da autoria de Sérgio Pereira, Rosário Correia e Estela Pereira, que obteve reconhecimento directo por parte dos três laureados ao ser citado por estes autores num artigo publicado na Nature Materials. A citação de um trabalho cujas conclusões, hoje adoptadas pela comunidade científica, desafiavam frontalmente as ideias de então instituídas, "atesta bem a qualidade e relevância da investigação feita na UA nesta área do conhecimento". Diário de Aveiro |