“A sua entidade patronal confiava em si, na sua lealdade, e o senhor correspondeu da pior forma possível”. A frase, proferida pelo juiz-presidente, foi dirigida ao antigo chefe da EDP que, ontem, ouviu o tribunal condená-lo a uma pena de três anos e seis meses de prisão, suspensa.
Funcionário da empresa desde os 26 anos, P.P. terá, entre 2008 e 2009, feito suas quantias entregues por clientes para pagar as contas da luz, enquanto chefiava a secção do balcão de atendimento da EDP na Loja do Cidadão de Aveiro.
Durante o julgamento, o arguido, de 59 anos, confessou parte dos crimes, admitindo que se apropriou de apenas um cheque. Contudo, o acórdão acabaria por dar como provado que, no total, desviou cerca de 30 mil euros, montante que terá agora de devolver, determinou o colectivo de juízes.
O funcionário, entretanto, despedido, terá desviado vários pagamentos (entre os 36 e os 1.476 euros) em seu proveito, mas o caso não foi logo descoberto porque anularia informaticamente essas cobranças, liquidando-as com os valores em crédito na conta da empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro.
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