Portugal será uma das oito equipas presentes na República Checa na fase final do Europeu da categoria, o que não acontecia desde 2007, com um registo inédito de 10 vitórias no escalão, repartidas pela fase regular (oito) e "play-off" (duas), mais quatro em jogos particulares.
Com a necessidade de marcar golos para anular a desvantagem na eliminatória, a Holanda iniciou o jogo com uma estratégia arrojada, com uma linha de três defesas, apoiados por Aké, Hupperts e Willems, atrás de quatro jogadores de características ofensivas, cuja missão era colocar depressa a bola no "gigante" Weghorst, uma das cinco novidades no "onze".
Sem Rafa, castigado, a escolha do seleccionador Rui Jorge recaiu em Tozé, mantendo Portugal superioridade técnica sobre o adversário, mas a opção pelas transições rápidas acabou por atenuar essa diferença.
Valeu a Portugal a forma deficiente como a Holanda defendia, facilitando bastante nos golos de Vezo e Rúben Neves, apontados na pequena área aos 13 e 20 minutos, respectivamente, e a forma atabalhoada como os pupilos de Adrie Koster finalizavam.
O esforçado Weghorst tinha em altura o que lhe faltava em talento, não conseguindo rentabilizar o esforço do benfiquista Ola John, o principal municiador do ataque, ou de Aké, a figura da equipa, num registo igualado por Manu, que desperdiçou três oportunidades na primeira parte em condições de marcar.
Num jogo "louco", de alternância constante no resultado, Portugal esteve sempre em vantagem, mas também facilitou defensivamente, o que ficou bem evidente nos golos holandeses de Weghorst e Kongolo, aos 15 e 45+2, os dois de cabeça e ambos apontados na pequena área.
A segunda parte arranca praticamente com o terceiro golo de Portugal, aos 50 minutos, o primeiro no jogo de Ricardo Pereira, numa das primeiras vezes em que Portugal explorou colectivamente os espaços criados pelo adiantamento do adversário.
O futebolista do FC Porto encarou os adversários, flectiu depois para o meio e rematou cruzado, repetindo a dose aos 66, dois minutos depois de Aké ter devolvido alguma esperança aos holandeses.
Com Carlos Mané, Iuri Medeiros e, mais tarde, Ricardo Horta em campo, Portugal fez melhor a gestão do jogo com posse e dispôs de várias situações para marcar, conseguindo apenas fazê-lo em mais uma ocasião, por Bernardo Silva, aos 87, um minuto antes de Aké, de grande penalidade, fixar o resultado final.
Diário de Aveiro |