Ao longo de dois dias, Miguel Viegas, Deputado do PCP ao Parlamento Europeu e membro da Comissão dos Assuntos Agrícolas e do Desenvolvimento Rural, desdobrou-se em contactos com diversas organizações do sector localizadas no centro e norte do país. Acompanhado de dirigentes e activistas regionais do PCP, o Deputado esteve, na manhã de quinta-feira, reunido com a direcção da Agros, em Vila do Conde. Na parte da tarde esteve de visita à Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, passando posteriormente pela Leicar (Rates) terminando o dia na Anil, Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios. Na sexta-feira, metade do dia foi ocupado com uma reunião com a direcção da Proleite, em Oliveira de Azeméis, concluindo-se o dia com uma visita a uma exploração leiteira propriedade do presidente da Aprolep, Associação dos Produtores de Leite de Portugal. Tendo como pano de fundo o fim das quotas leiteiras, anunciado para Abril de 2015, a nova PAC, com a condicionalidade e as exigências agro-ambientais e o embargo russo aos produtos lácteos da União, Miguel Viegas, na sua reunião com a direcção da Proleite recolheu contributos que "serão decisivos para uma intervenção fundamentada" do PCP no Parlamento Europeu. Relativamente ao fim das quotas leiteiras, o PCP entende que "só a pressão intolerável da grande indústria europeia pode explicar o fim de um mecanismo que vinha atribuindo, desde 1984, alguma justiça na distribuição da capacidade produtiva de cada país, garantindo assim níveis mínimos de auto-abastecimento". Com o fim deste mecanismo, acrescido do acordo de livre comércio com os Estados Unidos, "é toda uma fileira que pode estar em causa". A nova PAC, aprovada em 2013, é outra preocupação do PCP, na medida em que "continua a não se ajustar à especificidade das nossas bacias de produção caracterizadas pelo minifúndio". Desta forma, a condicionalidade das ajudas à diversificação das culturas "é completamente impraticável e merecerá da parte do PCP toda a atenção". Outras questões como o embargo russo, o peso da grande distribuição ou ainda os "escandalosos atrasos" nos pagamentos aos laboratórios protocolizados, foram outras questões anotadas. Diário de Aveiro |