A ceramista clássica Maria Pedro Olaio, habituada a trabalhar com porcelanas finas, descobriu nos Açores, há cerca de três anos, uma nova vocação: criar peças cerâmicas chacotadas, realizadas com o barro em estado puro, proveniente da Ilha de Santa Maria. Mas a inovação da artista não se ficou por aqui, e deu início a um projecto de experimentação artística do potencial cromático dos microrganismos que habitam nas nascentes termais da vila das Furnas, na Ilha de São Miguel (Açores).
Ao descobrir a capacidade destes microrganismos para produzirem uma pigmentação/coloração nos seus habitats, contaminando as peças e dando-lhes colorações únicas e irrepetíveis, Maria Pedro Olaio criou uma simbiose única entre o elemento humano e a natureza. O resultado são dezenas de peças de grande beleza, que têm percorrido várias salas do país, deixando os visitantes perplexos com o resultado estético de peças. Vindas das “profundezas”, coloridas a elevadas temperaturas e durante várias semanas, ou atémeses, é destes contrastes de ambientes que resultou a inspiração para o nome da exposição: “Passado Imperfeito”
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