O Presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, considera que José Joaquim Monteiro representa “uma extraordinária ponte entre Macau e a Murtosa” e fala da cerimónia evocativa realizada no âmbito da Semana do Emigrante como “o primeiro de muitos acontecimentos que poderão e deverão unir, no futuro, estes dois territórios”.
O mote da sessão foi a apresentação das obras “Memórias do Romanceiro de Macau” e “Meio século em Macau (2 volumes)”, de José Joaquim Monteiro, editadas pelo Instituto Internacional de Macau.
A cerimónia, realizada no âmbito da semana do Emigrante, evocou a vida e obra de José Joaquim Monteiro, considerado “um dos maiores poetas populares portugueses”, que viveu uma parte da sua vida na Murtosa, mais concretamente na Freguesia do Bunheiro, tendo emigrado para o Brasil e depois para Macau, onde viveu durante cinquenta anos e escreveu em verso a história da sua vida e a da cidade que o acolheu.
Joaquim Batista, Presidente da Câmara da Murtosa, acredita que o lançamento abre caminho a “um maior conhecimento desta figura que, pelo seu percurso de vida, longe da terra que o acolheu na infância e juventude, é praticamente desconhecida dos seus conterrâneos”.
José Joaquim Monteiro Júnior, filho do poeta, falou do seu pai e do modo como ele, na sua escrita, evocou, sistematicamente, o Bunheiro e a Murtosa, “lugares dos quais guardava marcantes memórias, apesar de viver a milhares de quilómetros de distância, em Macau”.
O Professor António de Abreu Freire falou acerca da poesia popular, tomando como exemplo as criações de José Joaquim Monteiro, que considerou estar do patamar dos maiores criadores do género. Lamentou a pouca atenção dada, em Portugal, à chamada “literatura de cordel” ou poesia popular, em contraponto ao que se passa, por exemplo, no nordeste do Brasil, onde esta forma de expressão literária possui enorme pujança.
A sessão ficou marcada pela interpretação de música popular com um grupo de elementos do Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria, constituído por Daniel Bastos (viola), Cecília do Carmo (acordeão), Fátima Barbosa (voz) e Manuel Soares (voz). Diário de Aveiro |