António Costa defendeu, este sábado, em Aveiro, que o PS deve ambicionar a maioria absoluta nas eleições legislativas de 2015 mas assegura que com a sua liderança isso não significa ignorar as restantes forças políticas. Ideia defendida numa convenção para desenhar uma agenda para apresentar aos eleitores nas eleições diretas do PS e ao país.
O Candidato à liderança do PS que concorre com António José Seguro, afirma que o futuro de Portugal tem de passar pelo estabelecimento de uma agenda para a próxima década.
“Romper o horizonte para além do curto prazo é condição necessária para construir uma alternativa que não aceite o impasse de que não há mais vida para além do défice e da dívida, e que assuma que a consolidação só é sustentável com crescimento e emprego e estes só resultarão da superação das causas estruturais da estagnação”.
Costa defende que tudo passa pela atitude negocial na Europa e por um programa de recuperação económica assente num programa de governo.
“É preciso romper com a visão do curto prazo, com o ciclo vicioso e precário em que o Governo se bloqueou e bloqueou o país, subindo impostos para aumentar a receita ou cortando salários e pensões para baixar a despesa”.
O autarca de Lisboa que quer ser Primeiro-Ministro falou da “herança” para dizer que os problemas do país não estão gestão de José Sócrates mas no facto de um erro de “diagnóstico” conduzir a “erro na terapia” numa referência às doses de austeridade.
“Há que recuperar o tempo perdido e concentrarmo-nos, de vez, com persistência e continuidade, no que é essencial: superar o atraso estrutural que limita a competitividade, compromete o crescimento e impede a consolidação sustentável das finanças públicas”.
Focado na influência e no peso que a União Europeia tem no desenvolvimento de políticas, António Costa defendeu mudança na Europa.
“É necessário corrigir as deficiências que a crise evidenciou da união monetária, compensar os efeitos assimétricos que o euro tem nas diferentes economias, recuperar os danos sociais e económicos provocados pelo ajustamento, encontrar um novo equilíbrio na gestão dos nossos compromissos que favoreça o crescimento sustentável, a criação de emprego, o controlo do défice e a redução da dívida”.
Nos grupos de trabalho que reuniram em Aveiro falou-se do regresso a políticas sociais que foram marca de antigos dirigentes socialistas como António Guterres. No painel sobre modernização empresarial falou-se de competitividade assente na diferenciação pela qualidade e inovação e não nos baixos salários. No emprego falou-se em diálogo social e em entendimento de longo prazo com os parceiros sociais. Para a cultura foi reclamado um Ministério próprio. Diário de Aveiro |