DEZENAS DE AGRICULTORES EM PROTESTO CONTRA O PREÇO DA BATATA E A BAIXA DO CUSTO DO LEITE.

Produtores agrícolas da Região de Aveiro voltaram a pedir o fim das quotas leiteiras e contestam o aumento das importações e marcas brancas que consideram causas da "ruína" da produção agrícola nacional.

As palavras de ordem foram deixadas depois de uma marcha lenta com a participação de cerca de 50 empresários agrícolas dos Concelhos de Aveiro, Ovar, Murtosa, Estarreja e Oliveira de Azeméis. Fizeram o percurso entre a Estação da CP e o Glicínias.

A Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) liderou o protesto que terminou com a entrega na Delegação da Direcção Regional de Agricultura do Centro de um Documento Reivindicativo.

A batata vendida pelos produtores a 5 cêntimos o quilograma e a recente baixa do preço do leite, em quatro cêntimos, foram factos vivamente contestados. "Compram a batata a 5 cêntimos e ela é vendida ao consumidor a 1.20 euros. É uma vergonha, assim é impossível trabalhar, é uma roubalheira inadmissível. Estamos revoltados", disse um pequeno produtor da Murtosa à Terra Nova. Um jovem agricultor de 35 anos, da Póvoa do Paço, lamentou a situação de dificuldade. "Dizem que apoiam os jovens agricultores e eu não vejo nada disso. Quando queremos fazer valer os nossos direitos a Ministra vira-nos as costas, não pode ser. A agricultura vive dias de grande dificuldade, não conseguimos subsistir com o dinheiro mísero a que pagam os nossos produtos", afiançou, perante muitas vozes de protesto, em plena via pública.

Miguel Bento, dirigente da ALDA, revelou que "20 toneladas, a este preço, dão mil euros ao produtor e só a semente da batata custa 1.500 euros", disse. "O preço correcto seria 30 cêntimos o quilo. Isso daria para suportar os custos da produção. 5 cêntimos é ridículo e aberrante. Os especuladores e as grandes superfícies é que lucram com o produto. O agricultor recebe 5 cêntimos, é uma situação insustentável".


Diário de Aveiro


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