Vale mais tarde do que nunca é uma expressão demasiado simplista sobre o primeiro álbum a solo do músico aveirense Ricardo Fino, ‘Tardio’, que a partir de hoje se encontra à venda depois de uma semana ‘Disco Antena 1. Com um CD e um plano que também prevê concertos, faz o que muitos desejavam - que realizasse o seu sonho de um álbum a solo, e uma dedicação mais intensa à música, porque gostam de o ouvir.
Por isso deixa os agradecimentos aos “que foram determinantes para que a viola não voltasse a ficar no saco”. Ele correspondeu, dizendo que quer “recuperar o tempo perdido”. Provavelmente, ‘só’ ele acha que é ‘tardio’. Chegou agora, o que será o mais importante.
Aquele tempo começou quando acabou o grupo ‘Mandrágora’, no qual era vocalista, na década de 80. Ainda tentou que o acompanhassem numa nova etapa mas não viu entusiastas e a tentativa esmoreceu. Mas ficou a vontade. Esse tempo ligou-o à música popular portuguesa, mais acústica, menos eléctrica.
“Ouvi muita música”, clássica, jazz, world music, conheceu músicos, assistiu a concertos e foi “ganhando outros gostos e influências”. Há uma mistura de fado, balada, música tradicional portuguesa, bolero, morna, chorinho, música irlandesa e “outros sons que podem lembrar muitas origens e num som baseado na sua voz”. Depois da ‘Nova Dimensão’, dos ‘Kzars’ e Mandrágora’ e enquanto integra o Coro Voz Nua, este primeiro CD a solo é único? Não, porque diz que já tem material que daria para fazer outro.
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