O bastonário da Ordem dos Engenheiros defende uma intervenção global em defesa da orla costeira e alerta para a limitação temporal do tipo de intervenções desenvolvidas em praias com recargas de areia. Em declarações ao Jornal 2 da RTP, Carlos Matias Ramos diz que é tempo do Governo pensar em formas mais duradouras de proteger a costa.
“Ou queremos uma intervenção que proteja as praias de forma consistente ou vamos repetir todos os anos este drama que afeta não só a economia do turismo mas também as populações em área próxima”.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros diz que os picos de mau tempo são responsáveis por uma parte do problema mas lembra que alguns focos de risco estão colocados em bacias de rios.
“O que está a acontecer era expetável. As situações mais graves acontecem nas confluências do rios (Lima, Douro, Tejo, Mondego e Vouga). Este ano a agitação foi intensa. Estamos a trabalhar com fronteiras móveis e ação dinâmica forte. Temos que olhar com atenção e numa abordagem que não seja apenas de emergência”.
Carlos Matias Ramos apontou o exemplo da barra de Aveiro e do Rio Vouga como paradigma de uma estrutura que pelas obras de consolidação da Barra exige reposição artificial de sedimentos a sul.
“Quando analisamos o que se passa na Barra do porto de Aveiro temos que ver que a construção de uma fixação da barra fez a retenção do transporte de sedimentos que é predominantemente no sentido Norte-sul. Estamos a criar um défice a sul que tem de ser compensado. Temos que as repor artificialmente mas percebendo que tem influência numa área grande”. Diário de Aveiro |