DIFICULDADES SUPERADAS PELAS BOAS VONTADES |
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Ciclismo - Grande Prémio ABIMOTA
Dificuldades superadas pelas boas vontades
Manuel Zappa
Cerca de 140 ciclistas de 14 equipas – nove de elite, quatro de esperanças e uma (espanhola) mista – vão para estrada na 24ª edição do Grande Prémio ABIMOTA em ciclismo, entre os dias 23 a 26 de Maio.
A apresentação oficial decorreu na passada sexta feira, na Fogueira, onde os seus responsáveis deram a conhecer as grandes dificuldades por que passaram para colocar em andamento este Grande Prémio, o mais antigo do calendário velocipédico português, que começa em Esposende, visita de novo a região do Gerês e a cidade de Espinho, terminando em Águeda. No último dia, haverá uma etapa entre Anadia e Águeda, percorrendo vários concelhos da região.
A legião do ciclismo da região e nacional esteve presente na cerimónia de apresentação do 24º Grande Prémio ABIMOTA, assim como diversas entidades autárquicas, patrocinadores, colaboradores, dirigentes das equipas participantes, entre outros.
Na mesa de honra estiveram presentes Angelino Ferreira e José Augusto da Silva, respectivamente, presidente da Assembleia Geral e Direcção da ABIMOTA, Júlio Dinis Saraiva, Director Geral, Manuel Amaro, da Federação Portuguesa de Ciclismo, António Costa, da Associação de Ciclismo de Aveiro, Jorge Costa, em representação da Câmara Municipal de Águeda e dos municípios que colaboram com o grande prémio, Moreira da Torre, Administrador das Caves Altoviso, e João Lousado, adjunto do Governador Civil de Aveiro.
DIFICULDADES ACRESCIDAS
No ano em que, por variadas razões, as provas de ciclismo nacionais, ao mais alto nível, têm sofrido um duro revés em termos económicos, é de louvar uma vez mais a grande força e determinação, postas à prova pela ABIMOTA, pelo facto de não deixar morrer uma das mais prestigiadas provas de ciclismo.
Essas dificuldades foram afloradas, quase em uníssono, pelas entidades presentes, como por exemplo, o seu presidente, José Augusto da Silva, ao dizer que cada vez há menos pessoas a colaborar. Aquele responsável manifestou-se, em termos de futuro, do apoio mais concreto por parte das autarquias e deixou algumas críticas à televisão, em particular à RTP, que, mais tarde, seriam mais ou menos desfeitas quando Júlio Dinis Saraiva garantiu a cobertura do canal do Estado neste Grande Prémio.
O Director Geral foi considerado por Angelino Ferreira como a alma máter dos grandes prémios ABIMOTA. A sua perseverança voltou de novo a falar mais alto, sendo o grande objectivo atingir a meta e pensar desde logo na 25ª edição.
Júlio Dinis Saraiva, que pela primeira vez escreveu no livro oficial, diz que “2002 está a verificar-se uma muito difícil época para o ciclismo. Quer pelo desaparecimento de organizações dedicadas às corridas, quer até pelas imensas dificuldades sentidas por uma das bases do sistema legal do ciclismo, as Associações, não conseguem apoios para a realização de uma simples prova ao domingo”.
A organização do GP ABIMOTA tem sentido dificuldades em conseguir o apoio das autarquias para a realização de chegadas ou partidas de etapa, quer com um simples subsídio para o patrocínio de uma meta volante ou de outro tipo.
Na perspectiva de Júlio Dinis Saraiva, “algo terá de mudar na mentalidade das pessoas responsáveis, pois o ciclismo continua a ser o grande veículo de propaganda que vai a todo o lado, sem cobrar entradas e não recebe qualquer benefício. Antes pelo contrário, como por exemplo o elevado custo do policiamento”.
Por sua vez, Manuel Amaro, em representação da Federação Portuguesa de Ciclismo também traçou um cenário difícil, mas, ao mesmo tempo, mostrou-se esperançado de que a situação que tem afectado o sector das duas rodas, seja passageira. Um dos problemas apontados por Manuel Amaro surgiu com as eleições autárquicas e legislativas, tendo as organizações sentido essas mudanças: “Felizmente que a ABIMOTA conseguiu aguentar a sua prova, numa organização tradicional. Se através dos regulamentos do ciclismo pudéssemos eleger alguém, o GP ABIMOTA é, sem dúvida, o mais simpático”.
A correr em casa estava Moreira da Torre, um dos Administradores das Caves Altoviso: “Fala-se de crise, mas já vivemos todos os dias em dificuldades e quem faz as organizações são as pessoas, que conseguiram ter a ousadia de colocar este GP em marcha”, deixando a imagem de que, quando se pretende algo, a união sempre fez a força.
Jorge Costa, em representação da Câmara Municipal de Águeda e dos municípios presentes, não deixou de salientar o papel de Júlio Dinis Saraiva, pela sua dinâmica, vitalidade e força e todos aqueles que, há 24 anos, deram as mãos para que o GP ABIMOTA seja uma realidade, não esquecendo José Maria Marques, que foi, no seu entender um pai destes grandes prémios.
Recentemente em funções, João Lousado, adjunto do Governador Civil, deixou uma palavra de incentivo para todos aqueles que uniram esforços no sentido de que este grande prémio fosse uma realidade, os quais terão o apoio do Governo Civil.
ETAPAS
A primeira etapa liga Esposende às Termas do Gerês, reeditando a primeira chegada do último grande prémio, na distância de 136, 3 quilómetros.
No dia seguinte, 24 de Maio, a segunda etapa ligará Terras de Bouro a Paços de Ferreira, na distância de 163, 8 quilómetros.
A terceira etapa, no dia 25 de Maio, ligará Paços de Ferreira a Espinho, na distância de 131 quilómetros e, no último dia, domingo, haverá duas etapas: a quarta, de manhã, liga Espinho a Anadia (94Km); a quinta e última, entre Anadia e Águeda, terá uma distância de 105,8 kms.
Na etapa da manhã, os ciclistas passam Ovar, Estarreja, Cacia, Aveiro, Mamodeiro, Oiã, Oliveira do Bairro, Sangalhos, Malaposta, Arcos e Anadia, com a meta situada na avenida José Luciano de Castro, com chegada prevista para as 11 horas.
De tarde, os ciclistas partem (15.30 horas) de Anadia (Vendas da Pedreira), passando por Ílhavo, Vagos, Palhaça, Águas Boas, Oiã, Perrães, Piedade, Recardães, zona industrial da Borralha e Águeda, cuja meta está instalada na avenida Dr. Eugénio Ribeiro, com final previsto para as 17.55 horas.
(14 Mai / 11:55)
Diário de Aveiro |
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