A Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) tem dúvidas sobre a forma como o Governo está a gerir a questão da ligação ferroviária entre Aveiro e Salamanca. Fernando Paiva Castro, Presidente da Direcção da AIDA, diz que a ligação Aveiro – Salamanca "não é o mesmo que Aveiro – Pampilhosa – Salamanca" e explica que os custos da renovação da linha da Beira Alta "serão elevados para uma obra que deveria merecer investimento a pensar nos próximos 100 anos". "Usam um discurso ambíguo. Falam na linha da Beira Alta prevendo a sua renovação mas, essa não é a solução mais eficaz, apesar de ser a mais barata. Nunca ninguém fez uma previsão de obra entre Cacia e a Pampilhosa", disse na Terra Nova. Fernando Paiva Castro desconfia que podem estar a ser tentadas 'poupanças' na ligação Aveiro – Salamanca a pensar em investimentos na zona de Lisboa com a construção do terminal de contentores e uma nova travessia no Tejo. "A minha imaginação não tem limites. Existem coisas que não compreendo e que me causam intriga", adiantando que "fala-se no Porto do Barreiro que só será construído se existirem operadores privados para o financiamento, mas, ao fazerem a deslocalização do terminal de contentores da margem norte para a margem sul do Tejo isso implica que os contentores tem de circular por estrada e quem pagará a terceira ponte? Não serão os privados. Será que está a ser cativado dinheiro que deveria ser para a linha Aveiro - Salamanca, para pagarem a terceira ponte sobre o Tejo?". A entrevista ao Presidente da Associação Industrial do Distrito de Aveiro pode ser ouvida hoje, na Terra Nova (19h00). Diário de Aveiro |