Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro pedem uma perspectiva de futuro para a gestão da Câmara de Aveiro para saber qual a estratégia de saneamento financeiro. Grande parte do espectro político admite que se trata de um plano irrealista e a necessitar de ajustamento à realidade actual.
Francisco Picado (PS) definiu o PSF como” irrealista e incapaz de resolver os problemas”. O deputado questionou a maioria para saber “como é que a nova estrutura orgânica impacta na questão financeira” e se “estará aqui aberta a porta para aumento de impostos”.
Manuel Prior lembra que a revisão do Plano “fazia parte do programa da candidatura Aliança com Aveiro”. Prior salienta que “com o tempo este plano veio a revelar-se ineficaz” revelando confiança no Fundo de Apoio aos Municípios”.
Ribau Esteves deu realce às palavras da bancada socialista que falou do relatório como um documento bem elaborado. “Este é um documento de verdade. Registo o elogio. A lei obriga a um relatório semestral e foi isso que fizemos. Esta é a realidade. Temos um excelente documento de acompanhamento sem notas críticas”.
O autarca lembra que o Plano de Saneamento Financeiro é regido também por uma relação com a banca marcada por exigência. “Não fomos buscar os 6 milhões que faltam do empréstimo de saneamento financeiro porque havia uma sobretaxa. É assim a relação com a banca”.
As dificuldades enfrentadas conheceram mais um capítulo quando o autarca revelou que o Tribunal de Contas chumbou o contrato de fornecimento de refeições escolares. “Apresentámos recurso ao plenário. No chumbo à Move Aveiro não recorremos. Aqui há um estado de necessidade e de objectivos que justifica este recurso”.
O movimento independente “Juntos por Aveiro” desafiou Ribau Esteves a virar a página e apresentar soluções para o futuro sem manter o discurso e as referências ao passado de Élio Maia.
“O presidente apanhou o gosto de nos sacrificar com más notícias. Estamos a ficar saturados. Pede-se audácia e sabedoria. Não sabemos porque não a tem usado no que é importante” acusou Santos Costa.
O autarca diz que é impossível escapar a questões como as dívidas não contabilizadas. Desafiado a enviar documentos para o Ministério Público, Ribau disse que não há essa intenção, pelo menos por agora.
“Não estamos para aí virados (Ministério Público) mas que há irregularidades há. Ter 11 milhões de euros não contabilizados é da maior gravidade”. Diário de Aveiro |