Alcains, 3 - OBSC, 0
Descalabro total
Manuel Zappa
Campo de Jogos Trigueiros de Aragão, em Alcains.
Árbitro: Joaquim Cunha.
Auxiliares: Serafim Pinto e Luís Pinto. Equipa do CA da AF Porto.
ALCAINS: João Miguel; Miguel, Pedro Monteiro, Tito e Nuno Carvalho; Lima (Óscar, 85m), Betinho, Élio e Chico; Ricardo Costa (Daniel Matos, 55m) e Bruno Matos (Hideraldo, 54m).
Treinador: Valter Costa.
OLIVEIRA DO BAIRRO: Mário Júlio (2); Vitinha (2), Hernâni (2), Roberto Carlos (2) e Pazito II (2); Tó Miguel (2), Alves (2) e Pedro Paula (2); Paulo Costa (2), Jaimito (2) e Pazito I (2).
Substituições: Aos 36m; Vitinha por Leandro (1); 46m, Alves por Alexis (1); 84m, Alexis por Jorgito (-).
Treinador: Gabriel Mendes.
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Lima (12m), Bruno Matos (48m) e Daniel Matos (74m).
Disciplina: cartão amarelo para Élio (43m), Tó Miguel (55m) e Chico (56m).
Frente a um condenado Alcains, o Oliveira do Bairro realizou talvez a pior exibição da época. A sequência de boas exibições e vitórias foi quebrada e não há explicação para uma postura tão paupérrima e mesmo as ausências de Miguel Tomás e Serrão não explicam tudo. É necessário fazer um exercício à imaginação para classificar o jogo que o Oliveira do Bairro fez numa tarde de intenso calor. Apetece dizer-se que a equipa como tal e humanamente esteve ausente, que no Trigueiros de Aragão só estiveram as camisolas.
Entrando no jogo de forma descontraída e sem nada a perder ou a ganhar, o Alcains cedo mostrou argumentos mais fortes para resolver a contenda a seu favor. Logo aos 2 minutos, Betinho, à entrada da área, teve tudo para abrir o activo, mas, em posição frontal à baliza de Mário Júlio, atirou ao lado.
A apatia dos Falcões foi geral e os equívocos entre sectores eram mais do que muitos. De tal modo que não foi de estranhar o golo de Lima que, já dentro da área, ganhou um ressalto de bola, tendo depois tempo para tudo. Para receber de pé direito, passar a bola por cima do corpo; rodar a bola para o pé esquerdo e escolher o melhor sítio para bater Mário Júlio.
Um golo amplamente merecido perante um Oliveira do Bairro de todo irreconhecível e sem arte nem engenho para contrariar o futebol mais objectivo e prático dos albicastrenses que, aos 18 minutos, estiveram de novo perto de marcar, com Bruno Matos (já antes este jogador tinha ameaçado com dois pontapés de bicicleta) a rematar cruzado junto ao poste direito da baliza de Mário Júlio.
Os sinais de inconformismo dos bairradinos em darem a volta ao texto eram nulos e quem mandava no jogo a seu belo prazer era o Alcains.
Só aos 31 minutos, o Oliveira do Bairro esteve perto do golo, mas João Miguel opôs-se muito bem ao remate numa posição de ângulo difícil de Pazito II.
Gabriel Mendes mexeu, então, na estrutura da sua equipa e com ela também em algumas unidades entre sectores, contudo, as melhorias foram uma miragem.
Aos 44 minutos, Bruno Matos, em excelente toque de calcanhar, serviu Ricardo Costa e este, por sua vez, Chico que, depois de ultrapassar vários adversários, entrou na área e na cara de Mário Júlio, este fez a defesa da tarde ao evitar o segundo golo.
Golo esse que, não tardou muito a chegar, logo no início da segunda parte. Com a equipa balanceada no ataque e sem qualquer tipo de compensação, Ricardo Costa isolou Bruno Matos, que perante a saída de Mário Júlio, com um chapéu perfeito, colocou a bola no fundo das redes do Oliveira do Bairro.
Apesar de se agarrar demasiado à bola e querer fazer quase tudo sozinho, Pazito I foi um dos jogadores mais inconformados do Oliveira do Bairro e dos seus pés saiu a melhor oportunidade de golo do encontro, quando, aos 53 minutos, após trabalho individual, enviou a bola à barra, num remate que merecia melhor sorte.
Os minutos avançavam e o Oliveira do Bairro tentava amenizar o resultado, só que, em momento algum, foi uma equipa lúcida e, apesar do querer demonstrado, a força anímica estancou-lhe os movimentos.
Do outro lado, o Alcains continuava a controlar o jogo sem grandes dificuldades e, nas alterações tácticas, Valter Costa foi mais feliz, dado que foi de um homem do banco que surgiu o terceiro golo. Tudo aconteceu num lance simples e de futebol fluído. Lima desmarcou Daniel Matos e já dentro da área perante uma certa passividade da defesa contrária fez um golo fácil.
O descalabro era total e os números só enganavam a quem não estava a assistir ao jogo.
Com a vitória mais do que assegurada, o Alcains deixou correr o tempo com o Oliveira do Bairro a tentar, mas sempre em vão.
Perante esta conjuntura de ideias os últimos quinze minutos foram um autêntico suplício, onde nada de positivo aconteceu. Um jogo para esquecer por banda do Oliveira do Bairro, que contou com uma arbitragem positiva.
Jogo de Opiniões
Valter Costa, treinador do Alcains:
“Esforço compensado”
Apesar desta vitória não nos servir de nada, há muito que desejávamos uma exibição e um resultado como este.
Mesmo com a descida de divisão consumada, os meus jogadores praticaram um futebol de grande qualidade, de entrega e mostraram grande dignidade.
Gabriel Mendes, treinador do Oliveira do Bairro:
“Nada correu de feição”
Tenho que ser realista e dizer da justiça da vitória do Alcains. Hoje, as coisas não nos correram de feição e o Alcains demonstrou futebol que não se coaduna com a posição que ocupa na tabela.
Entrámos no jogo muito apáticos, sofremos um golo, houve equilíbrio e alguns lances de perigo, mas com a bola a nosso favor e numa situação de contra-ataque sofremos o segundo golo logo no início da segunda parte, o que acabou inverter todos os nossos objectivos.
Mesmo assim, apesar do calor, os jogadores correram e lutaram pelo melhor resultado.
O Melhor Falcão – Pazito I
O incorformado
No cômputo geral, a mediocridade da exibição dos jogadores bairradinos foi praticamente nula. Deste modo, é extremamente difícil fazer uma avaliação de quem se distinguiu. A nota de melhor Falcão vai apenas para quem revelou maior inconformismo para dar a volta ao texto. Esse alguém foi Pazito I, se bem que em algumas situações também tenha passado ao lado do jogo. Porém, independentemente de em alguns casos pretender resolver tudo sozinho e não de forma colectiva, o avançado foi o que mais tentou amenizar a pesada derrota com as suas iniciativas, estando nas duas únicas situações de golo protagonizadas pela sua equipa.
(23 Abr / 10:56)
Diário de Aveiro |
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