Jorge Cunha, hoje com 69 anos, estava, em 1974, no comando da Companhia de cerca de 80 homens do Regimento de Infantaria n.º 10, de Aveiro, que se encontrava a 24 de Abril, em Avelãs de Caminho em exercícios militares. Afirma que o facto de ser ele a comandar se deveu a “contingências da situação militar” que o país atravessava.
Apesar do orgulho assumido com que partilhou a sua história, afirma que ele os restantes militares que saíram do concelho de Anadia rumo a Lisboa, na madrugada de 25 de Abril de 74, tiveram “uma participação anónima” na revolução. Mas de quantos militares que participaram no golpe se sabe verdadeiramente o nome? E os restantes? Tiveram um papel secundário. De figurantes, talvez. Mas participaram. E desempenharam um papel importantíssimo no movimento que triunfou, em grande parte pelo poder de mobilização que conseguiu.
É por isso, que também os “militares anónimos” inscreveram o seu nome num dia histórico, que deu um novo futuro ao país.
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