O líder do grupo parlamentar na Assembleia Municipal de Aveiro diz que o PSD cometeu um erro político ao não ter retirado a confiança política a Élio Maia antes do último semestre do mandato e ao não se ter demarcado mais cedo do rumo da governação. Henrique Diz falava na edição desta semana do programa “Canal Central” para comentar os resultados da auditoria interna.
“Não enjeito nada do que foi feito. O que digo é que foi um erro grave do PSD não ter retirado a confiança política a Élio Maia quando verificou que a forma de actuação se afastava daquilo que o Partido defendia. Foi no tempo que foi. Afastou-se demasiadamente tarde. Nisso concordo”, reagia o deputado municipal perante as críticas de quem acusa os Sociais Democratas de apenas a meio ano de eleições terem promovido a cisão.
Os partidos da oposição continuam a acusar a maioria de ver agora erros e omissões onde antes tinha suportado as decisões do executivo liderado por Élio Maia. Recorde-se que a separação entre a maioria e o executivo deu-se na altura do concurso para a concessão de estacionamento por 60 anos e num pedido de empréstimo recusado pelos próprios partidos da maioria.
Pedro Pires da Rosa (PS) encontra sinais claros de falta de solidariedade em partidos que suportaram a maioria em dois mandatos. “O Dr. Élio Maia, apesar de independente, representou os partidos numa capital de distrito. Merecia solidariedade que não teve. Portaram-se muito mal com ele. Nem são capazes de assumir que ele foi o ´nosso presidente`. Tentam apagar a história dos últimos 8 anos. Assumam-se: digam que não gostaram e que estão agora para corrigir”.
Filipe Guerra, do PCP, encontra na concessão de linhas da Move Aveiro um dos paradigmas da governação que agora é colocada a “nu” pelo agravamento da operação da empresa municipal de mobilidade.
“Porque se estava a delapidar linhas rentáveis da Move Aveiro. Dentro do seu funcionamento havia linhas rentáveis que PSD e CDS foram concessionar à Transdev num negócio que até do ponto de vista legal levanta dúvidas”.
Virgínia Matos, do BE, concorda com a crítica lembrando que os partidos alertaram para os efeitos negativos da concessão. “Agora vieram assumir que as receitas caíram mais do que as despesas. Isso era o que o BE já dizia antes da concessão. Realmente agora assume-se isto mas retirando a escolha política dizendo que não foram os de agora que aprovaram mas o PSD estava lá”.
Paulo Marques, do PP, considera que a liderança de Élio Maia e a herança vai ser jogada pela oposição contra a maioria da mesma família política como arma de arremesso. “Já percebemos que nunca vamos estar em consonância com os partidos da oposição. Vão ser sempre pedras no sapato. A oposição, se tiver que recorrer ao passado, vai recorrer. Os dados são estes e outros poderão surgir mas interessa é resolver os problemas”. Diário de Aveiro |