A eurodeputada Alda Sousa considera o projeto do Parque da Ciência e Inovação “desproporcionado” por ocupar “uma área absolutamente gigantesca” e diz que não tem “comparação com outros parques na Europa”. Alda Sousa alertou ainda para a perda de “várias exploração agrícolas, com terrenos a serem cultivados por essas famílias, algumas das quais vivem exclusivamente desse rendimento e que agora vão ser expropriados e ter que sair do local”.
O projeto do PCI que deve entrar em obra durante o mês de Abril continua a motivar reações negativas junto de alguns moradores da Coutada e tem sido alvo das críticas da Quercus e do Bloco de Esquerda.
Na visita deste sábado a convite do Coletivo de Intervenção da Coutada, a eurodeputada do BE falou, ainda, sobre a ameaça que paira sobre algumas habitações.
“Esta não é uma boa política, sobretudo sabendo que noutras zonas dos concelhos existem zonas industriais desativadas ou degradadas em que um projecto de reabilitação e ocupação podiam vir a servir não só o propósito da construção do PCI, mas resolvia também o problema de requalificação dessas zonas”, defendeu.
“Num momento onde a tendência é a reabilitação no plano urbanístico e a preservação de zonas ecológicas e agrícolas, é descabido que um projeto desta natureza venha destruir precisamente esse tipo de zonas em vez de requalificar outras”.
O BE mantém críticas ao processo e diz que há dados que foram apresentados no lançamento do projeto que não estão ligados à realidade.
“A criação de 10 mil postos de trabalho parece-nos megalómana e irrealizável. Sabemos no concreto que vários postos de trabalho e que a agricultura familiar e de subsistência vão ser afetados. Estas famílias deixam de poder cultivar os terrenos e têm que passar a ir ao super-mercado comprar o que antes produziam e vendiam, o que é um absurdo e um corte drástico nos seus rendimentos”, considerou.
Apesar do projeto estar a chegar à fase das obras, Alda Sousa garantiu que o Bloco continuará esse trabalho de denuncia junto de entidades públicas, a acompanhar o processo e a estar ao lado das populações. “O investimento público tem que defender as pessoas. Deve resolver problemas e não contribuir para a criação de novos problemas”.
Diário de Aveiro |