A Universidade de Aveiro lança a Plataforma Tecnológica Multidisciplinar de Alta Pressão. Com o objetivo de dinamizar e catalisar a investigação fundamental e desenvolvimento industrial da aplicação da tecnologia de alta pressão, a Universidade de Aveiro (UA) prepara-se para apresentar a Plataforma Tecnológica Multidisciplinar de Alta Pressão, baseada numa tecnologia que tem suscitado elevado interesse nas últimas duas décadas.
O crescente número de equipamentos a operar industrialmente por todo o mundo é prova deste facto sendo a tecnologia de alta pressão a nova tecnologia de conservação de alimentos com maior crescimento na indústria nos últimos 20 anos.
Com esta Plataforma a UA quer posicionar-se como um parceiro de excelência a nível internacional para realizar investigação e desenvolvimento industrial, possuindo um portefólio de três equipamentos de elevada polivalência e abrangência em termos funcionais, incluindo produção para testes de mercado.
A alta pressão é já “um novo paradigma” na conservação dos alimentos porque permite a pasteurização não-térmica de alimentos (sendo mesmo realizada em muitos casos a temperaturas de refrigeração), mantendo as propriedades organoléticas originais dos alimentos, explica Jorge Saraiva, coordenador da nova Plataforma da UA.
O investigador do Departamento de Química e da Unidade de Investigação de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares da UA, Jorge Saraiva, lembra que a tecnologia de Alta Pressão no ramo alimentar, para além da aplicação com objetivos de pasteurização, se alarga também ao desenvolvimento de novos produtos alimentares, de que as novas texturas por gelificação a frio são exemplo, e a um novo processo de esterilização térmica assistida por alta pressão. Outra aplicação de sucesso industrial é a extracção da parte comestível de moluscos e crustáceos, mantendo as características de cru destes produtos.
Também nas áreas da Biotecnologia e da Farmacêutica a tecnologia de Alta Pressão começa a ser uma realidade cada vez mais presente. Na primeira potenciam-se novos processos fermentativos e catálise enzimática sob alta pressão e novas propriedades de macromoléculas, como é o caso da celulose para produção de papel com características melhoradas. Ainda no campo da Biotecnologia, a Alta Pressão permite também a extração de produtos naturais a frio, nomeadamente farmacêuticos.
Quanto ao ramo da Farmacêutica, a melhoria da atividade de proteínas terapêuticas por folding direcionado e a melhoria de vacinas são algumas das vantagens que a tecnologia de Alta Pressão permite.
Recorde-se que esta é já a quarta Plataforma Tecnológica que a UA constitui. Depois da Agroalimentar, da dos Moldes e da do Mar, a das Altas Pressões constitui mais uma aposta da academia para reforçar a ligação ao tecido empresarial e dar respostas a setores chave da economia nacional. Acompanhadas e apoiadas pela Reitoria da UA através da UATEC, e dinamizadas por equipas multidisciplinares de investigadores e docentes, as Plataformas têm em mãos a missão de desenvolverem projectos de I&D+I, produtos e serviços para as empresas.
A cerimónia de lançamento da Plataforma, iniciativa integrada no Encontro UA Innovation Clubbing, está prevista para esta quinta, às 17h, no Auditório da Livraria da UA.
Texto e foto: UADiário de Aveiro |