O encontro promovido pela Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro para promover a participação da população na defesa dos serviços de saúde em geral e do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) em particular ficou, segundo a organização, marcada pelas queixas do utentes em questões como a falta de renovação dos médicos, com o funcionamento da rede de cuidados primários “que peca muitas vezes por não dar uma resposta eficaz aos problemas causando constrangimentos à rede hospitalar”, pela falta de condições de trabalho do hospital e pela “incapacidade de muitas famílias em arcar com os custos crescentes associados aos cuidados de saúde, designadamente em medicamentos e taxas moderadoras”.
Esta reunião destinou-se igualmente a reunir elementos com vista à preparação de uma reunião da Comissão de Utentes com a administração do CHBV.
A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro foi criada em novembro do ano passado como forma de reativar a participação ativa dos utentes dos serviços de saúde. No ano em que o Serviço Nacional de Saúde comemora 35 anos de atividade, os utentes alertam para os efeitos dos “cortes” que “ascendem já a mais de 1300 milhões de euros nos últimos 3 anos. Dados que a Comissão junta à “prevista atribuição de cerca de 408 milhões de euros por conta das Parcerias Público Privadas.
“Foram alvo da nossa atenção temas tão mediáticos como a falta de macas e camas que provocaram a retenção de ambulâncias durante horas a fio à porta das urgências com os doentes a ficarem dias à espera no corredor pelo internamento. Também mereceram a nossa atenção as listas de espera dos doentes oncológicos que atingiram mais de 300 dias e que provocaram algum embaraço ao Ministro da Saúde que prometeu a resolução deste problema até ao final deste mês (veremos!), e à Administração do Hospital, que providenciou um reforço de camas no serviço de internamento, quase 2 meses depois daqueles dias fatídicos que causaram a indignação da opinião pública e do Bastonário da Ordem dos Médicos. Debruçámo-nos ainda sobre a rutura da consulta de Hematologia, que servindo um universo de cerca de 400 mil utentes, deveria, na nossa opinião, ser reforçada e transformada num verdadeiro serviço com todos os recursos humanos e materiais necessários”. Diário de Aveiro |