Centenas de pessoas alinhadas no chão. Embrulhos de lençóis brancos com faces visíveis. Mortas. Entre elas, dezenas – talvez centenas – de pequenos rostos de crianças sem um único ferimento, que pudesse apontar para uma causa. Ataque químico. A explicação era vaga, mas ajudava a responder a algumas questões. Os porquês, esses, ficavam sem resposta. O regime acusava os rebeldes. Os rebeldes garantiam ser mais um violento ataque do regime contra os direitos humanos. Certo era que, mais de 1.300 pessoas haviam perdido a vida, num só ataque, de uma guerra que lhes invadiu as casas. Que lhes arrombou as vidas. Sem que nada o justificasse.
Foi em meados de Agosto que o mundo acordou, sobressaltado, para a realidade vivida pela população síria. O ataque ocorrera nos arredores de Damasco, capital do país liderado por Bashar al-Assad. Se então já eram habituais as notícias sobre a guerra civil que há demasiado tempo assola o país, a partir daí a Síria passou a fazer parte do dia-a-dia dos noticiários.
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