O procurador do Ministério Público Marques Vidal disse, esta quarta-feira, durante as alegações finais do julgamento do caso Face Oculta, que o Governo de José Sócrates teve conhecimento da existência das escutas telefónicas realizadas no âmbito do processo. Segundo adianta o JN, a intervenção do procurador nas alegações finais não esqueceu os contornos deste processo.
"O poder político da altura estava informado não só da existência das escutas como da existência do processo. Primeiro, tiveram conhecimento das escutas e depois foram averiguando o que é que se passava até chegarem ao objeto do processo", afirmou o magistrado.
Marques Vidal terá dito, ainda, que o arguido Armando Vara foi avisado das escutas em 2009, adiantando que, a partir dessa altura, o sucateiro Manuel Godinho, o principal arguido no caso, deixou de ligar para os dois telemóveis do ex-ministro do PS.
À saída da sala de audiências, o defensor de Armando Vara considerou "extraordinariamente grave" as declarações do procurador, ao afirmar que o poder político de então conhecia, não só as escutas, como o processo.
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