GAFANHA DA NAZARÉ: “QUEREMOS QUE NOS DEVOLVAM O VENTO COM A MESMA QUALIDADE QUE O RECEBEM LÁ NO PORTO” - LEOPOLDO OLIVEIRA.

Os cidadãos que dinamizaram o abaixo-assinado em nome de um estudo sobre a qualidade do ar na Gafanha da Nazaré dizem que a iniciativa não é feita contra o Porto de Aveiro mas antes a favor de soluções que permitam manter a atividade mas com menos impactos para a qualidade de vida dos cidadãos.

Os populares pedem estudos aprofundados sobre a qualidade do ar e ideias por parte da APA para a mitigação dos efeitos do manuseamento de determinados produtos a céu aberto. Leopoldo Oliveira diz que há meios que podiam ser aplicados.

“Sabemos que as respostas não caem do céu. É preciso ter conhecimento das coisas para a resposta incidir sobre o problema. O que constatamos é a sujidade que nos aparece nas casas e nas roupas. Isso poderia ser minimizado ou anulado se houvesse outros cuidados nas descargas e armazenamento. Para isso não é preciso grandes estudos”.

Os promotores do abaixo-assinado ficam à espera de respostas sobre a avaliação da qualidade do ar e relembra que a compatibilização da qualidade de vida e da operação portuária é possível.

“Os meios que vão ser empregues para chegar às conclusões, isso ultrapassa-nos um pouco porque não somos técnicos. Haverá ao nível da APA meios para aferir da qualidade do ar que respiramos. Não queremos que a APA ponha ali um taipal para que não sejamos afetados pelo vento. Felizmente somos terra de vento mas queremos que nos devolvam o vento com a mesma qualidade que o recebem lá e que não chegue às nossas casas com partículas pretas, amarelas e de todas as cores em função dos materiais manuseados, quanto a nós, de maneira menos correta”.

A resposta da Câmara de Ílhavo já chegou aos promotores do abaixo-assinado e reconhece a iniciativa como válida salientando que faz suas as preocupações dos subscritores sugerindo a necessidade de concretizar novos estudos atendendo ao carácter inconclusivo da informação disponível até ao momento.

Fernando Caçoilo admite que é possível e desejável um acompanhamento “mais proativo e presencial das medidas minimizadoras do manuseamento dos produtos”.

Leopoldo Oliveira regista essa resposta rápida e diz que fica à espera da informação das restantes entidades. “Ficamos à espera de respostas. Já recebemos a da Câmara. Registamos a prontidão. Este pedido não é de a, ou b ou c. é de toda uma população. Afeta todos”.


Diário de Aveiro


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