Oiã
Macumba
As bruxarias ou as macumbas ganham terreno nas terras de Oiã. Há uns meses atrás, foi aquela de dar comida a mortos, no cemitério novo. Em cima de uma campa rasa foi colocada fruta e doces, em quantidade bastante para custar caro e para diversas sobremesas. Agora, foi no caminho que do caminho do Furadouro dá para as Azevedas.
Exactamente no cruzamento deste com outro caminho vicinal, mas caminho. Os cruzamentos são os sítios ideais para estas cerimónias misteriosas, a cheirar a bruxaria ou macumba em que alguns acreditam. Tanto assim, que não olham a dinheiro para executar estes actos.
Ali no caminho para as Azevedas, tal qual verificámos, no último sábado, uma correnteza de 38 cálices, meios de aniz ou aguardente, uma ou outra coisa tanto importa, e por cima de todos 46 charutos com a ponta ardida. A maior parte tinha um exemplar, enquanto outros tinham três, e outros dois, os menos, cumprindo ritos naturalmente. Para o acendimento, os “fiéis” dessa misteriosa devoção utilizaram uma pequena fogueira feita no meio do caminho.
A festa não ficou barata. Deve ter rondado os dez contos, fazendo bem as contas aos cálices e aos charutos. Uma pequena despesa para tanta cegueira.
Segundo fomos informados, já não é a primeira vez que por ali se verificam tais actos. É um local ermo, o que se requer para o toque do misterioso e do “encontro” com o suposto além.
(29 Mar / 19:05)
Diário de Aveiro |
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