O que pode justificar a presença do emblema do Sport Clube Beira-Mar à porta do Vice-Consulado de Portugal em Fortaleza, no Brasil? A resposta é simples: lá dentro, trabalha um aveirense dos sete costados, que faz questão de manter bem viva a ligação à terra onde cresceu e viveu grande parte da sua vida. Chama-se Francisco Brandão, tem 48 anos, é vice-cônsul de Portugal no Ceará e Piauí, e afirma com orgulho: “Nos 14 anos em que tenha estado fora de Portugal, 12 têm sido dedicados a representar o país”.
Foi em 1999 que Francisco Brandão partiu para Fortaleza para “experimentar viver fora”, num local onde também já tinha raízes. “O meu pai fez vida no Ceará e eu até acabei por nascer aqui. Fui feito em Eixo, em Aveiro, mas a minha mãe decidiu ter-me em Fortaleza”, relata. “Mas aos dois anos de idade eu já estava a viver em Aveiro, a usufruir de uma infância fabulosa no bairro da Beira Mar”, acrescenta Francisco Brandão.
Chegado ao Brasil, integrou-se a 100 por cento na comunidade portuguesa do Ceará e, passados dois anos, já era cônsul honorário naquele estado brasileiro. “Mais tarde, em 2009, acabou por ser criado um vice-consulado de carreira e eu acabei por ficar com este cargo”, acrescenta. “Muitas pessoas não saberão disto mas a verdade é que a comunidade portuguesa histórica do Ceará é maioritariamente da região de Aveiro. E o facto de eu estar neste cargo acaba por ser a expressão dessa forte presença de aveirenses em Fortaleza”, explica Francisco Brandão. “No Ceará, residem cerca de 15.000 estrangeiros, dos quais 5.000 serão portugueses”, especifica.
Diário de Aveiro |