CONTROLO ORÇAMENTAL É PRIORIDADE PRÓXIMO GOVERNO- ECONOMISTA |
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Portugal/Economia
Controlo orçamental é prioridade próximo governo- economista
O controlo da despesa pública deve ser uma das prioridades da política económica do próximo governo, segundo economistas contactados pela Agência Lusa.
João Sousa Andrade, catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, entende que é preciso criar uma lei orçamental melhor, que inclua rigor nas transferências das autarquias, redução nos limites das despesas e o fim do descontrolo nos gastos do Estado.
É necessário acabar com os institutos públicos e repor a disciplina na função pública, pormenorizou.
«É hoje claro para toda a gente que existe um problema de finanças públicas«, afirma António Romão, vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, mas «eu não o dramatizo, ao contrário do que acontece com outros analistas e políticos«, relativiza.
Amado da Silva, docente da Universidade Autónoma de Lisboa, onde dirige o Centro de Estudos Económico-empresariais, e no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, sublinhou que antes de tomar decisões é preciso estudar as matérias com cuidado e perceber quais são as consequências, nas diferentes variáveis, das decisões assumidas, essencialmente no dito choque fiscal e redução de taxas de impostos.
A auditoria às finanças públicas é indispensável e o Governo tem que dar sinais claros sobre as aplicações orçamentais que fará, nomeadamente na saúde e na educação, acrescenta Amado da Silva.
O professor da Universidade Autónoma entende que «há tanto que fazer que não há tempo a perder«, pelo que a primeira política do próximo Governo deve ser «trabalhar, trabalhar, trabalhar«.
Já António Romão aponta o aumento da produtividade nacional (pública e privada) como um objectivo do próximo Executivo, para que Portugal consiga tornar-se numa economia competitiva.
No entanto, para que tal seja possível, alerta, é importante «alterar a cultura em relação à responsabilidade e responsabilização das pessoas e empresas«.
Tem que se combater o «facilitismo«, não deixando de exigir uma «responsabilidade social« aos empresários e sindicatos, precisa.
Os empresários devem procurar obter os melhores resultados para si, para os seus trabalhadores e para a sociedade, pelo que o Governo que aí vem não deve desfazer tudo o que foi feito antes nem adoptar uma política social liberal, traduzida na facilitação dos despedimentos, entende o vice-reitor do Técnico, ex-presidente do conselho directivo do Instituto Superior de Economia e Gestão.
Importante também na próxima legislatura será «saber o que vai acontecer à Europa com o próximo alargamento«, diz Amado da Silva, embora este tema tenha estado ausente da campanha eleitoral.
Por sua vez, o catedrático de Coimbra sublinha que «a tão falada reforma fiscal não pode ficar esquecida«.
João Sousa Andrade diz que «tem de se pegar nos trabalhos das comissões do tempo de Sousa Franco e Ricardo Sá Fernandes e ir com a reforma até ao fim«, uma vez que, entende, o combate à fraude e evasão fiscal são prioritários e deve-se pensar na redução dos impostos sobre os trabalhadores por conta de outrem.
(18 Mar / 17:25)
Lusa Diário de Aveiro |
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