Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro concordam que a aposta na ferrovia e na ligação do Porto de Aveiro ao eixo Viseu, Salamanca e França pode ser decisiva em termos económicos para o futuro da Região Centro e do país. Um estudo sobre investimentos prioritários foi entregue ao Primeiro-Ministro na semana passada. Esse trabalho concluiu que o Estado tem de apostar na linha ferroviária e nos portos. Ao todo são apontadas 30 obras consideradas prioritárias que estão orçadas em mais de cinco mil milhões de euros, a maior parte dinheiro de fundos europeus. Para Pires da Rosa, do PS, o documento acaba por dar seguimento a investimentos que remontam ao tempo de José Sócrates como o desenvolvimento do Porto de Aveiro. “É bom perceber que o Governo da República no tempo de Sócrates gastou aqui qualquer coisa como 40 milhões de euros no desenvolvimento do Porto de Aveiro. Temos que rentabilizar isso ao máximo e acho que há grande probabilidade de um grande desenvolvimento com taxa superior à de outras cidades se conseguirmos essa ligação”. Nelson Peralta, do BE, considera que o investimento público é crucial para o desenvolvimento do país mas teme que as regras impostas ao abrigo do acordo de financiamento externo possa bloquear esse desenvolvimento. “O BE considera que em momentos de crise devemos ter investimento público e por isso propôs um plano ferroviário. Viseu é uma das maiores cidades da Europa que não tem ligação nenhuma”. Henrique Diz, do PSD, considera que a aposta na ligação a Salamanca deve ter um duplo sentido, a pensar não só na ligação a Espanha mas também à França. “O porto de Aveiro é importante para a região, para o país mas também para Espanha. Deve servir a exportação de empresas portuguesas mas também espanholas. Temos que aproveitar essa proximidade e isso depende de uma ferrovia que prossiga para França”. Filipe Guerra, do PCP, diz que há falta de visão estratégica num país que pretende aproveitar os portos mas que ignora, por exemplo, a indústria naval. “Estamos preocupados com o nosso porto e 150 kms acima o país prepara-se para abater aquilo que são os últimos estaleiros navais do país. Há um país sequestrado a um conjunto de interesses e falta visão estratégica. Há navegação à vista”. O debate na última edição do programa “Canal Central”. Diário de Aveiro |