A oposição do Partido Socialista em Estarreja chama-lhe processo “curioso” e desconfia dos caminhos seguidos pela gestão cultural do Município, afirmando que a Câmara Municipal contratou uma loja de decoração para gerir toda a política cultural do município.
Uma posição tomada depois da celebração de contrato com uma empresa denominada “Detalhes com Encanto – Unipessoal, LDA” cujo parecer prévio vinculativo foi presente à última reunião de Câmara.
O objeto do contrato visa a “aquisição de serviços na área de consultadoria para o desenvolvimento estratégico e programação cultural do município e coordenação artística do Cineteatro de Estarreja e Laboratório de Aprendizagem Criativa”, sendo feito por ajuste direto. O contrato terá a duração de um ano, renovável até um período de três e terá um valor global de 54 mil euros.
O que levou os três vereadores do PS à desconfiança é o facto do objeto social da empresa ter sido alargado de fabricante de mobiliário de madeira, que se dedica à comercialização de mobiliário e artigos de decoração ao “agenciamento, representações e organização de eventos, outras atividades de serviço de apoio prestados a empresas, entre os quais a consultadoria”.
Ainda segundo a investigação do PS, a empresa “Detalhes com Encanto” pertence a uma jovem de 20 anos, devidamente identificada, que a adquiriu justamente no dia da tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, a 18 de Outubro de 2013.
Segundo fez saber o Partido Socialista haverá ligações com Luís Portugal que foi vocalista dos “Jafumega” e que no último mandato assumiu funções de consultor no Cineteatro Alba estando agora referenciado como possível futuro gestor cultural do Cineteatro de Estarreja.
Os Socialistas associam essa mudança ao facto de Isabel Simões Pinto, atual Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara de Estarreja, ter assumido responsabilidade na divisão de cultura na Câmara de Albergaria.
O PS quer saber “qual a relação entre a ´Detalhes com Encanto`, Luís Portugal e a atual chefe de gabinete do presidente da Câmara de Estarreja”; “Como é que a Câmara contrata uma empresa gerida por uma rapariga de 20 anos, para ficar responsável por toda a cultura do município”; “Qual o curriculum da jovem”; “Qual currículo da empresa” e “que garantias dá face ao trabalho que lhe é agora contratado”.
Para os socialistas de Estarreja falta informação e necessário “conhecer ao pormenor as explicações e os detalhes” desta operação admitindo que o vereador da cultura poderá estar a sofrer “esvaziamento das suas funções”. Diário de Aveiro |