CANTARES DO SILVEIRO 16 ANOS

Silveiro Cantares do Silveiro 16 anos depois Pedro Fontes da Costa “Cantares do Silveiro 16 anos depois” é o nome do novo CD, que, muito em breve, o Grupo de Cantares do Silveiro vai editar. Trata-se de um registo digital que reúne os temas mais recentes que este grupo interpreta. Ao mesmo tempo que assinala 16 anos de actividade, o Cantares do Silveiro, no início do mês de Abril, vai efectuar uma digressão aos Açores, concretamente à Ilha Terceira. São percursos que, de certa forma, ajudam a compreender a grandiosidade deste grupo. “Um percurso sempre ascendente” - Jornal da Bairrada - “16 anos depois” vai marcar uma nova etapa do grupo de cantares? - Paulo Martins, director do grupo - Vai concerteza. Trata-se de um trabalho que já iniciámos em estúdio. Num estúdio que existe em Oliveira do Bairro. Escolhemos este estúdio pela sua qualidade e pelo facto de ser de Oliveira do Bairro. Temos que dar uma certa primazia ao que é da terra. - Por quê 16 anos depois? - É uma forma de demonstrar que os Cantares do Silveiro estão vivos e que fizeram um percurso sempre ascendente, porque, de facto, não é fácil um grupo manter-se vivo durante 16 anos. É demasiado complicado andar 16 anos a abraçar esta causa. Mas a verdade é que estamos bem vivos. - Este trabalho que vai ser editado em CD, vai ser uma antologia dos temas que celebrizaram o grupo? - Não é uma antologia. É um trabalho que tem muitas músicas que ainda não foram gravadas. Aliás, penso que o nosso objectivo é sempre gravar melodias de forma a que a gravação seja um arquivo musical. O grupo ainda continua a efectuar recolhas de temas? - É evidente que é um pouco difícil neste momento fazer recolhas de temas. Vamo-nos socorrendo de temas que vão chegando até nós e aos quais damos um cunho bastante próprio. “Grande amor a esta causa” – O que representam para o grupo as digressões que anualmente efectua? - As digressões que o grupo faz são um prémio para o esforço e o sacrifício que os seus elementos fazem ao longo do ano em prol da divulgação da musical popular. Como é do conhecimento público todos os elementos são amadores e andam no grupo como forma de ocupação dos tempos livres, que, ao longo dos anos, se transforma num grande amor a esta causa, que é divulgar e preservar a música tradicional popular. Por outro lado, é a forma de “pagar” a dedicação que estes elementos têm ao longo do ano. - Significa que os vários elementos do grupo não recebem nenhum “caché” pelas suas actuações. - Exactamente. Não nos podemos esquecer que o grupo efectua uma série de borlas ao longo do ano para instituições e colectividades. Contudo, as festas e romarias são as fontes de rendimento do grupo, assim como os apoios atribuídos pela Câmara Municipal de Oliveira do Bairro. INTERCÂMBIO - Esta passagem pela Ilha Terceira vai ser marcada por quantos espectáculos? - Será marcada por dois espectáculos, com um intercâmbio entre o Grupo de Cantares do Silveiro e o Grupo Baga Baga , dos Açores, que esteve entre nós em 2001, no decorrer da FIACOBA (Feira Industrial Comercial e Agrícola de Oliveira do Bairro). - Como é que surgiu este intercâmbio? - Este intercâmbio é fruto de um contacto estabelecido entre o falecido professor Élio Martins, quando efectuou uma deslocação aos Açores e surgiu desta forma muito simples, que nós quisemos dar continuidade. - As idas anuais ao Brasil é que, de certa forma, já criaram raízes neste grupo? - É o que vai acontecer mais uma vez este ano, com a nossa digressão ao Rio de Janeiro, onde vamos efectuar uma série de actuações em casas de cultura portuguesa existentes. Vamos também até ao Estado de Minas Gerais realizar uma actuação para a comunidade portuguesa. Para além destas actuações nos Açores e no Brasil, ainda vamos estar em Vigo – Espanha. Mas iremos continuar com esta vitalidade no próximo ano de forma a podermos ser embaixadores da música popular portuguesa, porque não vemos muitos grupos deste género a existir na nossa região. Que apoios? - As entidades têm-se comportado à medida da qualidade do grupo, ao atribuir os apoios? - Sim. Mas nós entendemos que as autarquias não podem ser a mola real dos grupos. A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro tem dado o maior apoio possível. O mesmo já não se tem passado com a Junta de Freguesia de Oiã, que, por exemplo, nos negou um subsídio para irmos aos Açores. O mesmo aconteceu quando fomos ao Brasil. Todavia, a população do Silveiro sempre nos soube acompanhar e acarinhar. (13 Mar / 12:45)
Diário de Aveiro


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