“O São Gonçalinho telefonou ao São Pedro mas parece que ele tinha o telemóvel desligado”, ironizava Manuel Guerra, mordomo de São Gonçalinho, a propósito da chuva persistente que caía ontem à tarde, num dos dias tradicionalmente mais fortes dos festejos em honra do padroeiro da Beira Mar.
Mas, mesmo com aguaceiros, não faltaram devotos, nem cavacas a serem atiradas lá do alto da capela. Que o diga Cláudia Rocha, de Aradas, que, mesmo debaixo de chuva, subiu ao tempo para atirar 10 quilos de cavacas. “Vim o ano passado pela primeira vez para pedir ao São Gonçalinho que me ajude a arranjar emprego e, este ano, vim reforçar o pedido”, refere, ao mesmo tempo que confessa estar desempregada há dois anos. “Não está fácil arranjar trabalho, mas tenho fé”, vinca Cláudia Rocha, de 34 anos.
Poucos minutos depois era a vez da pequena Francisca Morais, acompanhada da avó e do pai, subir ao alto da capela para, pela primeira vez, atirar cavacas. “Gostei muito. Mas a mamã não conseguiu apanhar nenhuma cavaca lá em baixo”, lamentava a Francisca, depois de cumprir a sua estreia nas festas de São Gonçalinho.
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