O cineteatro de Estarreja “perdeu” a programadora cultural no arranque de um novo ciclo político e ainda não é conhecida a sucessão mas sabe-se que o futuro passa por um trabalho de gestão em equipa como forma de alargar a ação integradora da atividade cultural do Município em articulação com a Casa Museu Egas Moniz e a Biblioteca Municipal entre outros projetos.
João Alegria vereador com a pasta da cultura em Estarreja, admite que está para breve a definição do modelo de gestão. “Brevemente daremos conhecimento dessa possível alteração. O programador não será programador do cineteatro mas da atividade cultural do município. É uma diferença em relação ao passado. O cineteatro será o projeto âncora mas tudo o que fazemos noutros espaços serve para apresentarmos culturalmente esta forma de estar”.
O novo mandato, que coincide com o novo ano, traz à luz do dia a criação de um Laboratório de Aprendizagem Criativa (LAC) como forma de criar uma “verdadeira rede cultural, educativa, científica e criativa e afirmando-se como um serviço municipal de referência”.
O LAC promove e desenvolve atividades de fruição e intervenção artística e estimulação da criatividade, dirigidas aos diversos segmentos de público e nos vários equipamentos culturais, utilizando estratégias lúdico-pedagógicas das áreas das artes performativas e expressões artísticas.
A autarquia não nega que em parte esse caminho já estava em curso no último mandato mas vai intensificar-se ao longo dos próximos quatro anos com apostas na valorização do território e dos seus agentes culturais, educativos e criativos.
Para o responsável pela pasta da cultura na Câmara de Estarreja, será dado um passo que visa o trabalho integrado. “De facto já exista. Não em tão grande número e qualidade. Agora a diferença está no trabalho uniforme e na resposta assente nas sinergias. Vai haver coordenação que traga e promova, junto das escolas e seniores, tudo o que possa potenciar e responder às necessidades das pessoas. De forma planeada e não de forma isolada. Temos uma nova forma de estar para que todos se sintam envolvidos”.
O reforço do papel das coletividades locais e de projetos diferenciadores como a Casa Museu Egas Moniz, Carnaval, Bioria, Festas de Santo António, Festarreja, EstarreJAZZ e frentes lagunares mas também pela valorização da programação cultural em rede dos equipamentos Municipais.
A valorização económica da cultura como fonte de desenvolvimento, a definição de um modelo de desenvolvimento cultural que alie a cultura, a criatividade, a educação, a Ciência e a economia e o envolvimento e participação da comunidade nos vários projetos artísticos e culturais do município são apostas do Município que integra as Redes de Programação Cultural Regional (Rede urbana para a Competitividade e Inovação e o Festival Intermunicipal de Músicas do Mundo).
O Cineteatro de Estarreja foi fundado a 12 de Março de 1950 e reabriu renovado a 8 de Junho de 2005 depois de ter encerrado em 1992.
No primeiro trimestre do ano vai receber espetáculos de várias artes com destaque para os nomes de Mafalda Veiga (18 de Janeiro), A Naifa (22 de Março), Luís Represas (10 de Maio), Rui Horta (11 de Janeiro), Intimi (24 de Janeiro), banda Pardilhoense (25 de Janeiro),José Raposo e Sara Barradas (1 de Fevereiro), Level and Tyson (14 de Fevereiro), Glen Miller Orchestra (21 de Fevereiro), Birds are Indie (7 de Março)Eduardo Madeira com “commedia gourmet” (8 de Março) e inúmeras sessões de cinema com cadência semanal por onde passam filmes consagrados pelo público nos últimos meses. Diário de Aveiro |