Começou com falhas mas terminou com balanço positivo o congresso mundial do falhanço que teve sessões em Lisboa e na Curia. “É através das falhas e falhanços que vêm as mais preciosas e duradouras aprendizagens”, refere a organização no rescaldo do encontro do último fim-de-semana.
Mais de meia centena de pessoas assistiu à terceira edição do “World Failurists Congress” (WFC), na Bairrada, para celebrar o falhanço e ouvir histórias cheias de falhas, mas que só assim permitiram chegar ao sucesso.
Na Bairrada os trabalhos decorreram no auditório do Curia Tecnoparque, por iniciativa do Tomorrow Talents - Clube de Empreendedorismo da Bairrada (TT-CEB), que trouxe a realização do evento para a região.
Acabar com a ideia de que o falhanço profissional é final e fatal e que o sucesso aparece de um dia para o outro é o que move a “causa Failurist”. O evento pretendeu provar que falhar faz parte do caminho que todos empreendem na vida profissional e que o sucesso não é tão fácil e direto de atingir como por vezes se defende. Foi isso mesmo que os oradores convidados transmitiram.
Dos sete presentes na Bairrada, Paulo Teixeira de Morais, ex-político que agora luta contra a corrupção em Portugal, vice-presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica, lembrou que “a transparência é um dos maiores falhanços do nosso país. Um falhanço do Estado e do 25 de Abril”.
Por outro lado, afirmou que “a corrupção é a causa da situação de crise em que o país se encontra, essencialmente por questões ligadas ao Urbanismo”.
Já a treinadora de futebol Marisa Gomes explicou que falhar faz parte da essência deste desporto, porque no futebol “está a profissão onde eventualmente se pode falhar mais, tendo em conta que sucesso e falhanço são duas faces da mesma moeda”. Contudo, “não se aprende sem falhar”.
Miguel Muñoz Duarte, curador no Ignite Portugal, Ivar Corceiro, blogger, o arquitecto Paulo Lousinha, o jornalista Jorge Castilho e Frederico Lucas, empreendedor na área da Comunicação foram oradores a partilhar as suas histórias de vida, repletas de falhanços.
José Miguel Gameiro, presidente do TT-CEB, fez um balanço “extremamente positivo” do evento. “Tivemos um auditório bastante preenchido, com cerca de 50 pessoas para ouvir falar de falhanço como o caminho para o sucesso. O feedback que recebemos dos participantes foi excelente, o que nos agradou muito”. Diário de Aveiro |