Bloco de Esquerda e PS registam os primeiros sinais de uma nova política mas não esquecem o passado recente na Câmara de Aveiro. A propósito da aprovação do acordo com a Caixa geral de Depósitos para atrasar o pagamento da prestação de Novembro do empréstimo bancário e a propósito das medidas de contingência, Ivar Corceiro e Francisco Picado lembram responsabilidades do PSD e CDS. O deputado socialista diz que a mudança de opiniões é “espantosa”.
“Achamos que já vimos tudo na vida mas assistir a intervenções que defendem, bem ou não, o que há pouco consideravam como uma intervenção menos correta e vice-versa, é espantoso ver este tipo de exercício. A questão não está na mudança. Saúda-se a mudança na perspetiva de cada um. O espanto está na forma como ao longo de 4 anos votaram decisões que, agora, este documento traz a virtude de por a nu com opiniões que o PS já tinha assumido”.
Ivar Corceiro, do BE, aponta o dedo aos partidos pela mudança. “Sei que houve mudança de executivo mas não houve uma mudança de partido. Estão aqui deputados que já cá estavam. Pergunto se não tinham consciência disto. Deputados que batiam palmas a quem ordenou o fim do report dos fundos disponíveis agora batem palmas a este executivo. Isto faz-se uma confusão enorme. Há aqui deputados que andaram a brincar às escondidas”.
Ribau Esteves procura justificar as tomadas de posição. Fala em ato corajoso de quem apoiou quando tinha de apoiar Élio Maia e mudou quando percebeu que era tempo de mudar. O novo presidente de Câmara diz que os partidos da maioria colocaram o PS em situação difícil porque tiveram consciência crítica no último mandato.
“Para felicidade de todos em termos de jogo político, o dr. Élio Maia foi a votos e a decisão é clara. O PS fica em situação complicada. Quem faz oposição é quem está no poder. No vosso lugar estaria tão enrascado ou mais porque não tenho tanto experiência de oposição. Este é um processo novo que vem falar verdade. É importante conhecer toda a verdade. Sei que vamos sempre descobrir coisas novas”.
Ribau Esteves em defesa da maioria prometeu um quadro transparente na Câmara de Aveiro. “Uma das ordenas mais claras que tenho repetido é esta: estão proibidos de executar ordens absurdas que eu vos der. Nos últimos meses os funcionários cumpriram várias ordens absurdas e não quero que cumpram mais porque o dano à sua carreira e ao estado da nossa instituição é um dano muito pesado”. Diário de Aveiro |