Para o Padre João Gonçalves as 'perguntas' lançadas pelo Papa Francisco à Igreja Católica sobre temas fracturantes "são um ponto de partida para uma reflexão que serve de base ao próximo sínodo mas não é um referendo que dá respostas". Este Vigário Episcopal diz que a abertura demonstrada "é para levar a sério" mas a auscultação, em si, não dará todas as respostas. "Se não houvesse perspectivas de mudança não se fazia o Sínodo. É um sinal de abertura do Papa mas, não podemos é tirar já as conclusões do Sínodo porque ainda não se fez e esse foi o mal de alguns comunicadores que se puseram a tirar conclusões. Isto não é um referendo. Não é por haver muita gente a pensar do mesmo modo que se determinará uma conclusão especifica. O Sínodo é uma 'aula aberta' onde os Bispos vão reflectir tendo em conta a informação originária de todo o mundo católico. Vai haver uma grande reflexão e discussão envolvendo os Bispos, o Santo Padre, leigos e especialistas convidados pela Igreja", disse na Terra Nova. Ouvido na emissão desta semana do programa “Conversas", João Gonçalves falou, ainda, sobre o anuncio de novas medidas de austeridade para dizer que tudo o que seja cortar em quem já está no limite "é um erro". "Se isso acontecer será muito mau sobretudo para quem já está mal. Para quem está desempregado e para quem já lhe viu serem feitos 'cortes' nas pensões, quem ficou sem subsídios e sem apoios nos medicamentos, 'cortar' mais, é um erro. Não concordo com estas medidas extremas de austeridade aplicadas a quem mais precisa. Não vou com uma bandeira para a rua manifestar-me mas reafirmo que quem vai sofrer mais é quem já sofre actualmente". A entrevista pode ser ouvida às 19h00 na Terra Nova. Diário de Aveiro |