Diário de Aveiro: Qual é a situação financeira do município de Castelo de Paiva?
Gonçalo Rocha: Quando tomei posse em 2009, encontrei a Câmara Municipal numa situação extremamente complicada, com uma dívida muito próxima dos 18 milhões de euros. Nessa altura, assumi com os paivenses os compromissos de fazer uma auditoria às contas e de apresentar um programa de restruturação da dívida. Antes de tomar posse, o município tinha acedido a uma medida no âmbito do PREDE [Plano de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado] que permitiu conseguir um empréstimo para liquidar dívidas de curto-prazo a fornecedores e a empreiteiros. Mesmo com a utilização da quase totalidade desse montante, o prazo médio de pagamento a fornecedores andava nos 517 dias.
Como atacou esse problema?
A auditoria foi feita e demos conhecimento das contas do município. Depois, preparámos um plano de saneamento financeiro, com o objectivo de restruturar a dívida de médio e longo prazo e conseguimos que fosse aprovado pelo Governo em 2011. Até essa altura, fomos honrando os compromissos com os nossos fornecedores e até reduzimos em cerca de 50 dias o prazo médio de pagamento, que hoje anda pelos 70/80 dias, o que veio fortalecer a credibilidade da autarquia. Além de restruturar o passivo, em quatro anos conseguimos amortizar a dívida em cerca de quatro milhões de euros.
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