Os partidos da oposição acompanham o PCP na crítica às alterações propostas pela maioria ao regulamento da Assembleia Municipal. A colocação do público num período mais tardio e a distribuição de tempos estão a provocar agitação entre as representações mais reduzidas.
João Dias, do BE, diz que não há surpresa acusando a maioria de uma visão instrumental da democracia. “Vem no seguimento do que tinha sido dito sobre Ribau e a forma como vê a democracia, completamente instrumental. Imagino o que deve sofrer de 4 em 4 anos para se sufragar no voto universal. Assim que há órgãos democráticos que funcionem durante 4 anos de vigência ele ataca-os com tudo o que pode, tendo reduzi-los ao simbólico”.
Francisco Picado, do PS, diz que as alterações propostas representam um mau princípio de mandato. Espera que seja possível introduzir alterações até ao debate de sexta-feira. “São sinais dos tempos mas são sinais acompanhados de práticas desenvolvidas noutro local e noutro contexto. Começamos mal. O PS já fez valer a sua posição em sede de comissão permanente da AM. Confesso que quem diz que sabe tudo e tem pouco para aprender é natural que tenha pouca paciência para ouvir”.
Carlos Santos, eleito pelo movimento “Juntos por Aveiro”, antigo vice presidente da Autarquia, vê nas alterações ao regimento uma tentativa de silenciar a oposição. “O que foi feito é incrível. O presidente da AM convidou-nos para uma reunião e o ponto está agendado para sexta-feira. Já viram que não são necessários dois terços de votos para alterar o regimento e portanto o pacote está fechado. Vão calar o bico aos aveirenses”.
O debate desta semana no Canal Central sem contraditório dos partidos da maioria. PSD e PP faltaram ao debate. Diário de Aveiro |