BEIRA-MAR: PRAZO PARA ENTENDIMENTO ENTRE CLUBE E SAD TERMINA HOJE.

Clube e SAD do Beira-Mar não terão ainda acordo no final do mês dado pelo Tribunal do Comércio de Aveiro para garantir entendimento a propósito da liquidação de dívidas. A direção do clube presidida por António Regala retirou a 15 de Outubro o pedido de insolvência da SAD que tinha colocado no Verão passado com o compromisso de diálogo e entendimento. Ao que tudo indica nem diálogo, nem acordo terão sido alcançados durante este período.

O Beira-Mar reclama de Majid Pishyar o pagamento de dívidas assumidas na altura da constituição da SAD mas o empresário iraniano salienta que tem cinco anos para cumprir e aponta a direção de António Regala como “ex-parceiros” numa clara quebra de confiança entre as partes.

Depois de um arranque de época feito em claro sinal de desinvestimento, com empréstimos e orçamento reduzido, sem planeamento atempado, a equipa de futebol tem vindo a cumprir um caminho de recuperação com colocação a meio da tabela e permanência nas Taças de Portugal e da Liga mas com futuro incerto.

O distanciamento a partir do Verão do empresário Ulisses Santos e mais recentemente de Nuno Patrão (gestor de ativos da SAD) e de funcionários ligados à estrutura constituída há dois anos fazem adensar as dúvidas sobre o futuro da SAD. São elementos responsáveis pela chegada de Pishyar a Aveiro.

As dificuldades financeiras não se refletem ao nível do pagamento de salários mas condicionam as opções ao nível do reforço do plantel e da logística e há quem comece a temer uma debandada de jogadores emprestados em Janeiro caso Pishyar não leve à prática a promessa de investir na subida caso a equipa recuperasse na tabela.

As movimentações das últimas semanas incluem já a Câmara de Aveiro obrigada a analisar os diferentes dossiês que ligam a autarquia ao Beira-Mar mas sem resultados práticos. Sabe-se que até final do ano, o Beira-Mar está obrigado a pagar a primeira tranche de 200 mil euros das cinco que acordou pagar à autarquia por conta da compra e revenda das piscinas. É mais uma das frentes em que a falta de dinheiro ou de entendimento entre clube e sad pode pesar.

A possível integração de um novo acionista na estrutura da SAD ou a realização de eleições antecipadas que permita a chegada de novos “atores” são cenários defendidos por algumas fontes conhecedoras do universo beiramarense mas até à data António Regala tem mantido uma firmeza que não parece indiciar a apresentação de um pedido de demissão.

O nome de José Cachide volta a ser falado como "necessário" atendendo à condição de um dos principais credores e a entrada no capital social da SAD poderia ser vista como hipótese mas o cenário falhado há dois anos dificilmente será concretizado agora, pelo menos na condição de acionista minoritário.


Diário de Aveiro


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