AROUCA: “CRIAÇÃO DE EMPREGO É A MELHOR FORMA DE COMBATER OS PROBLEMAS SOCIAIS”

Diário de Aveiro: Tem proclamado as boas contas do município. Qual é o quadro actual neste domínio?
Artur Neves: A situação financeira do município é estruturalmente sólida. E com tendência para melhorar, em face da constituição de uma “parceria pública-pública” entre oito municípios - agrupados nas “Águas do Noroeste”- e a empresa “Águas de Portugal”. Será constituída a empresa “Águas do Norte”, que vai fundir os actuais sistemas, criando o primeiro sistema verticalizado de gestão da água e saneamento. Haverá correcção de tarifas, como se depreende, por força dessa fusão… Actualmente, a água das “Águas do Douro e Paiva” é-nos fornecida a um valor bastante baixo - é o mais baixo do país -, que quase vai duplicar.

Ia referir ganhos financeiros para o município, devido a essa parceria pública-pública…
Tínhamos esse sistema muito deficitário. Era o que mais risco nos dava em termos financeiros. E deixamos de o ter. Assim, com o bom estado das contas, com o controlo que temos implantado e não tendo nenhuma situação de risco na gestão, o município terá a tendência de estabilizar, ainda mais, uma situação financeira que já é sólida.

Na tomada de posse, apontou a área social como uma das prioridades e anunciou a criação do balcão “via verde social”. Com funcionará e quando entrará em funcionamento?
Dentro da reorganização administrativa e funcional da Câmara, prevemos um departamento e três divisões. A Divisão de Desenvolvimento Social ficará fora do edifício principal da autarquia. Aliás, já tem equipamentos fora: a Biblioteca, o Museu Municipal, as Piscinas, Complexos Desportivos… terá também o social e a educação. Alugámos um espaço no centro da vila, onde vamos agregar a Comissão de Protecção de Menores, e as equipas da educação e da área social. Esta, precisamente, para articular o apoio social às famílias. Registe-se que vão aparecendo nestes serviços quase as mesmas pessoas, que pedem as mesmas coisas. O balcão via verde social funcionará neste contexto. Num momento de emergência social profunda, é importante apoiar as pessoas. Principalmente quando os apoios do Estado estão a ser cortados. Ao ponto de, por exemplo, os doentes oncológicos não terem assegurado o pagamento do transporte a consultas no IPO [Instituto Português de Oncologia].

A Câmara vai pagar?
Vai assumir. Estamos a desenvolver esforços no sentido de protocolar esse serviço com os Bombeiros. E apoiaremos as famílias carenciadas e disfuncionais. É esse o objectivo do balcão via verde social: ajudar a minorar os efeitos da política governamental, que nos está a conduzir para um estado de pobreza tremenda. Entre fazer uma obra e dar apoio social, vamos optar pelo apoio social.


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