O ex-Vice-Presidente da Câmara de Aveiro, Carlos Santos (na foto), afirmou desconhecer a existência de salários em atraso no município, em declarações ao programa de debate politico 'Canal Central', na Rádio Terra Nova, transmitido no sábado. O caso foi tornado público por Ribau Esteves, Presidente da Câmara, em entrevista poucos dias depois de assumir funções. "Ele diz que a situação financeira da Câmara é mais grave do que estava à espera e que avançará com uma auditoria interna. Estranho muito que ele diga isso porque conhece a situação. Foi-lhe entregue um memorando que mostra com exactidão a situação financeira da autarquia. Sem fazer a auditoria já está a dizer isto. Outra coisa gravíssima é ele ter dito que há vencimentos em atraso nos trabalhadores da Câmara. Seria bom ele dizer quem está nessa situação. Desconheço isso, fiquei muito surpreendido com essas declarações", disse. Na mesma emissão de Rádio, Filipe Guerra (PCP) lançou 'farpas' ao discurso de tomada de posse de Ribau Esteves. "Do ponto de vista intelectual fez um discurso 'nulo' e do ponto de vista político muito pobre. Relativamente à sua ideologia temos os maiores receios. Nunca usou as palavras 'trabalhadores' e 'cultura'. Falou do vento, marés e moliceiros. Sobre questões centrais como a MoveAveiro e Água, sobre os dramas do povo aveirense, nem uma palavra. Foi deselegante com executivos anteriores. Não ligou nada aos dramas diários dos aveirenses. Até parece que Aveiro é a Ria e a Universidade", sublinhou. Rita Baptista (BE) alinhou pelo mesmo diapasão e acusou Ribau Esteves de "usar truques", para justificar o futuro aumento de impostos na Autarquia "penalizando os munícipes". "O seu discurso é 'velho e gasto', já muitos políticos o usaram e serve para 'queimar' promessas eleitorais e aumentar os impostos. Usa truques rasteiros mas não fico surpreendida". Marques Pereira (PS) sublinha que o seu partido ficará atento à gestão autárquica de Ribau Esteves e às promessas eleitorais que fez. "Ele pede uma oposição 'interessante e construtiva', não sei o que é isso. Faremos o nosso trabalho e quero perceber a postura do PSD e PP no futuro. Terão de fazer um número de contorcionismo enorme e terão de engolir alguns sapos", afirmou. Diário de Aveiro |