José Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Arte Xávega, reage à inspeção da Autoridade das Condições de Trabalho que passou no final da semana passada por praias da Região Centro para admitir que existe muito trabalho não declarado mas pede tolerância atendendo à especificidade de quem se dedica a este tipo de pesca artesanal.
“É trabalho sazonal. Na maioria são pessoas reformadas. As regras que temos são uma complicação. É quase proibido ir trabalhar para o pescador ou outro trabalhador”.
O aumento do desemprego é outra causa do aumento de trabalho não declarado. “Receber 350 ou 400 euros e a autoridade acha que as pessoas vão enriquecer. Ninguém enriquece nesta vida como empregado”.
Segundo a Inspeção do Trabalho, os donos dos barcos fiscalizados também não cumpriam normas de organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho. O que poderá justificar o aumento da sinistralidade grave nesta atividade.
Em Maio passado, morreram dois pescadores durante a safra em Ovar que trabalhavam sem coletes. Diário de Aveiro |