A zona de Aveiro junto à Baixa de Santo António, a Rua Homem Cristo (onde passam restos de parte da muralha medieval), é um livro aberto da história da cidade, acessível a todos, com sinais com quinhentos anos, onde se cruzam dados que se relacionam uns com os outros, desde a indústria cerâmica às viagens marítimas, a doçaria conventual a construção civil, o património.
Parando e olhando para um muro antigo, há pedras de basalto e antigas formas cerâmicas, entre outros materiais, encrustados em paredes, fazendo o enchimento da massa que as compõem. Estes dois dados, verificando a sua origem, afinal são duas pontas da história da região que representam muito. Levadas por navios que partiam de Aveiro, designadamente para a Madeira, seguiam formas cerâmicas em cone, ocas, que iriam entrar no processo da purga do açúcar. Entre 1560 a 1575, foram cerca de 13.850 formas.
Regressando vazios depois da descarga, os navios precisavam de lastro para a viagem de regresso, o que era feito com as pedras de basalto das ribeiras e das praias da ilha. Depois, deixavam-nas, principalmente na zona da antiga Lota de Aveiro. Canárias e Brasil eram outros dois destinos das formas produzidas em Aveiro.
Diário de Aveiro |