Uma análise dos dados disponibilizados pelo Ministério do Emprego e Segurança Social espanhol demonstra que a queda no número de trabalhadores portugueses é significativamente maior do que a redução no número total de trabalhadores estrangeiros. Salvo excepções pontuais, o número de trabalhadores portugueses tem vindo a cair progressivamente nos últimos anos, depois de ter chegado, antes da crise, a ser o segundo maior entre os cidadãos da União Europeia.
A comunidade de trabalhadores portugueses é já a quinta entre as de cidadãos da UE, depois da Roménia (254 mil), Itália (64,6 mil), Bulgária (51,7 mil) e Reino Unido (53,5 mil). Esta comparação torna-se ainda mais relevante tendo em conta que em 2007 os portugueses representavam cerca de 11 por cento dos trabalhadores da UE em Espanha e actualmente representam apenas cerca de 6,5 por cento.
Em 2007 o número de trabalhadores portugueses registados em Espanha era mais do dobro dos valores atuais com a queda a ser constante mesmo em períodos em que, globalmente, o número de estrangeiros a trabalhar em Espanha até aumentou.
Globalmente, e segundo os dados divulgados, no final de agosto estavam registados a trabalhar em Espanha 1.607.609 estrangeiros, menos 25 mil que em Julho (uma descida de 1,5%) e menos 8,05% que há um ano.
Segundo o Governo, os dados constatam que se mantém a tendência já apontada nos meses anteriores de que a perda de emprego está a afectar com maior intensidade os trabalhadores estrangeiros que os nacionais.
Do total de imigrantes seis em 10 pertenciam a países não comunitários e 605 mil a países da UE. Destacam-se as comunidades romena (247 mil), marroquina (177 mil), equatoriana (96 mil), a chinesa (88 mil) e a boliviana (77 mil).
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