Num dia de calor intenso, em que as temperaturas ultrapassaram os 35 graus centígrados, instalou-se o pânico em algumas povoações dos concelhos de Águeda e Sever do Vouga, onde, durante a madrugada e o dia de ontem, lavrou o maior incêndio do país.
Quase 400 bombeiros estiveram empenhados no combate às chamas, que, por diversas vezes, rondaram zonas habitacionais, mas nada mais houve a lamentar do que uma extensa área de mato ardida.
“Foi uma aflição muito grande...se os bombeiros não tivessem chegado logo, não sei o que seria de nós”, repetia, ainda mal refeita do susto, Isabel Dias, residente na localidade de Macida, freguesia de Talhadas (Sever do Vouga).
Ontem, ao início da tarde, Isabel ainda não dormira nem comera, tal era a preocupação em arrefecer o mato que rodeia a sua casa.
Durante a noite, cerca das três horas, a mulher e os vizinhos foram acordados por moradores do lugar de Doninhas, onde as chamas deflagraram. “Avisaram-nos que o fogo estava a descer na nossa direcção e levantámo-nos todos para o vir apagar e cortar as árvores mais próximas da berma”, contou António. “Foram momentos muito difíceis. As faúlhas estavam a ser projectadas para as casas e todos tememos que acontecesse uma desgraça”, recordou o morador.