O falso padre, de nome Agostinho Caridade, que reapareceu na Igreja Matriz de Ovar, há um mês, onde concelebrou missa com verdadeiros padres e furtou três peças de arte sacra do templo, foi detido na região de Lisboa pela Polícia Judiciária.
Agostinho Caridade, de 40 anos, solteiro, que se intitula “padre Luís”, foi ontem presente ao juiz de instrução criminal, indiciado por crimes de furto de obras de arte e bens culturais religiosos, de burla, de falsificação de documentos e de usurpação de funções.
As investigações decorriam há alguns meses e concluíram que o falso padre, assumindo várias falsas qualidades e identidades, entre as quais a de sacerdote, “introduziu-se em diversas igrejas nos distritos de Lisboa, de Aveiro, de Braga e de Viana do Castelo e ali furtou dezenas de bens e objectos afectos ao culto religioso, os quais, posteriormente transaccionou, em maioria no mercado ilícito” - refere a PJ de Lisboa, em comunicado.
“Valendo-se dessa mesma falsa qualidade de padre católico, desenvolveu relações de proximidade com o meio eclesiástico e os fiéis, criando, igualmente, condições para vir a efectuar falsos peditórios para, alegadamente, subsidiar uma operação cirúrgica, no estrangeiro, de um suposto familiar próximo”, descreve a Judiciária. “Além disso, apoderou-se de um conjunto de cheques alheios, pertencentes a uma vítima com boas relações nos meios culturais, os quais falsificou, tendo adquirido vários bens que acabou por revender a comerciantes”.
Diário de Aveiro |