AVEIRO: PROVOCAÇÕES E UMA “DECLARAÇÃO DE AMOR” A ÉLIO

O PS usou a última Assembleia Municipal para deixar expostas as divisões internas na coligação, provocadas pelas escolhas para as eleições autárquicas. Durante as mais de quatro horas da reunião, os socialistas não se coibiram de esgravatar nas feridas abertas na maioria PSD/CDS.
“O PSD, que teve uma narrativa cega durante quase oito anos, virou o bico ao prego e fez uma cambalhota política” ao não recandidatar Élio Maia e optar por Ribau Esteves, avaliou Gonçalo Fonseca. Por sua vez, o CDS “ficou órfão” e Élio “ficou sozinho”.
Pedro Pires da Rosa aludiu ao “amor e desamor” entre PSD e CDS, registando a “calma olímpica” e a “paciência” com que o presidente da Câmara tem enfrentado a situação. Nuno Marques Pereira também entrou no jogo. “Quem apoia Élio Maia e quem lhe vira as costas?”, perguntou à bancada social-democrata. O PSD “durante anos defendeu o indefensável e agora vira as costas” a Élio. “Não é um partido fiável”, concluiu. Quanto ao CDS, está remetido a uma “apagada e vil tristeza”, ironizou.
“A história não o recordará como um bom presidente, mas merecia outro tratamento”, disse ao líder do município. “Faltou lealdade política”, concordou Pires da Rosa.
Apesar de espicaçado, Élio manteve-se indiferente às provocações socialistas e não disse uma palavra sobre as suas intenções quanto às eleições deste ano. Em sua defesa saiu um presidente de junta de freguesia. “S. Jacinto teve o melhor presidente de Câmara que podia desejar”, elogiou Rui Vaz. A frase foi vista como uma “declaração de amor” ao presidente da edilidade, brincou João Pedro Dias, do BE.


Diário de Aveiro


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