A Direção Geral do Património Cultural decidiu arquivar o pedido de abertura do procedimento de classificação dos muros do Canal Central, solicitado no ano passado pelos vereadores do PS na Câmara de Aveiro.
Os socialistas pretendiam que os muros fossem classificados como património arquitectónico protegido - essa foi uma das diligências realizadas pelo partido da oposição para tentar travar a construção da ponte pedonal planeada pela maioria PSD/CDS entre o Rossio e o Alboi, no Canal Central.
O arquivamento do pedido de classificação, apurou o Diário de Aveiro, prendeu-se com o facto de, no entender da Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC), o imóvel não reunir os valores patrimoniais inerentes a uma distinção como valor nacional.
No parecer dos técnicos da DRCC é admitida a importância dos canais da ria e respectivos muros, nomeadamente no contexto histórico da cidade de Aveiro. No entanto, esse reconhecimento é insuficiente para a classificação dos muros como imóvel de valor patrimonial de âmbito nacional.
No documento é ainda referido que, tendo em conta o carácter histórico-cultural, estético-social e técnico-científico de integridade e autenticidade dos muros, já não é correspondente com os critérios exigidos para a classificação patrimonial de um imóvel.
A DRCC realça os esforços que têm sido feitos na recuperação e manutenção dos muros e sugere, em alternativa, que possam vir a ser considerados como Monumento de Interesse Municipal.