De acordo com os dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal, as remessas de emigrantes cresceram 13 por cento no ano passado, para 2,75 mil milhões de euros, máximo desde 2002, enquanto as remessas de imigrantes em Portugal voltaram a cair, na ordem de 10 por cento no ano passado, para 525,5 milhões de euros.
Em 2012, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) foram o grupo que registou um maior aumento, de 155,3 milhões de euros para 278,7 milhões de euros.
Esta variação é quase totalmente explicada pelo crescimento de 83 por cento nas remessas de Angola, que atingiram os 270,7 milhões de euros no ano passado, face a 147,3 milhões em 2011.
O valor das remessas angolanas é quase o triplo do registado em 2009, quando estava um pouco acima de 103 milhões de euros.
Neste grupo, Moçambique foi a segunda maior origem de remessas, mas com apenas cinco milhões de euros, e Cabo Verde o terceiro, tendo registado uma quebra no ano passado.
Mais de metade deste valor continua a chegar de emigrantes em países da União Europeia, cerca de 1,51 mil milhões de euros, e deste valor mais de metade chega por sua vez de França, um quarto do total mensal, com 846,1 milhões de euros, que voltou a registar uma quebra, em contracorrente.
As remessas da Alemanha, terceira maior origem entre os países europeus, escalaram de 113,4 milhões de euros para 172,9 milhões, enquanto de Espanha, outro destino da emigração recente portuguesa, foram enviados para o país de origem 129,9 milhões de euros, muito acima dos 88,4 milhões do ano anterior.
Outros destinos tradicionais de emigração, como os Estados Unidos e a Suíça, segunda maior origem de remessas, com 697,3 milhões de euros, registaram ligeiros aumentos.
Mais acentuados foram os aumentos em destinos não-tradicionais, como a Itália, que quase duplicou de 13,3 milhões para 20 milhões de euros, ou a Holanda, que registou um aumento de 27,1 milhões de euros para 45,5 milhões.
Quanto às remessas de imigrantes em Portugal, destacam-se as quebras para o Brasil, de 277,6 milhões de euros para 225,6 milhões de euros.
A seguir ao Brasil, o segundo maior destino das remessas continuam a ser os países da União Europeia, com mais de 91 milhões de euros, registando uma quebra ligeira em relação ao ano anterior.
Os PALOP registaram um aumento, de 36,9 milhões de euros para 41,9 milhões de euros, recuperando depois de duas quebras sucessivas em 2010 e 2011.
Quase todos os países de origem dos imigrantes em Portugal registaram aumentos de remessas, com destaque para Angola, de 12,9 milhões de euros para 15,4 milhões de euros, tornando-se o maior emissor ao superar Cabo Verde (14 milhões de euros).
Também Moçambique registou um expressivo aumento, de 5,66 milhões de euros para 8,75 milhões de euros, tal como São Tomé e Príncipe, de 770 mil euros para 1,25 milhões de euros.
A excepção foi a Guiné-Bissau, que registou uma quebra para quase metade em relação a 2011 -2,45 milhões de euros.
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