Na conferência de imprensa desta manhã no Seminário dos Olivais, em Lisboa, José Policarpo admitiu que foi “apanhado de surpresa” com a resignação de Bento XVI, mas disse que compreendia o silêncio do papa até ao anúncio como garantia para “levar até ao fim a sua decisão”.
“É uma decisão de grande lucidez, de grande generosidade e que faz História”, sublinhou o cardeal patriarca.
Para José Policarpo, ele próprio candidato a sucessor de Bento XVI pela condição de cardeal, acredita que com esta decisão o papa humanizou a função, ao admitir que “quando as pessoas não estão capazes de exercer o seu ministério devem abdicar”.
“A partir desse momento, embora pense que não se farão regras, porque é difícil fazer regras para o supremo legislador, mas se os futuros papas estiverem na circunstância de ter de tomar essa decisão estarão muito mais livres e será muito mais normal tomá-la depois deste gesto histórico de Bento XVI”, declarou o cardeal.
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