Ainda sem nome, este grupo quer continuar a apresentar espectáculos de dança, sempre baseados no desenvolvimento de uma ideia e com a orientação técnica a passar pelos vários elementos do grupo: o brasileiro Claudinei Garcia, a grega Cristiana, a lisboeta Sofia Matos e os aveirenses Rita Pinheiro e André Marques. “Sons do meu silêncio” conta com a criação de Claudinei Garcia e tem como ponto de partida as psicopatologias (esquizofrenia, depressão, psicopatia…). Segundo o bailarino, “a ideia é fazer uma reflexão, através da dança, de como estas pessoas se integram na sociedade, como são vistas pelos outros e qual o espaço que lhes é dado”, lembrando que, embora a sofrerem de uma patologia, não deixam se ser pessoas, em muitos casos com a medicação certa, podem fazer uma vida normal e, por isso mesmo, merecem o respeito de todos”. De um lado o som dos doentes e do outro o silêncio dos ditos normais, a convivência nem sempre é pacífica e com este espectáculo o brasileiro, que há cinco anos escolheu Aveiro para viver, pretende desmistificar as doenças psicóticas. “No Brasil, há alguns anos atras, fui convidado para dar aulas de movimento num Centro de Convivência de Saúde Mental. Gostaram tanto da experiência que decidiram apresentar um espectáculo com dança à mistura”. O que era para ser uma experiência de algumas semanas, acabou por se prolongar no tempo e entretanto Claudinei Garcia foi estudando, participando em formações e laboratórios sobre esta temática da saúde mental. Foi assim que nasceu o fascínio (e respeito) pelas psicopatologias, “muito mais perto de nós do que parecem”, e que agora estão trabalhadas em movimentos coordenados e harmoniosos.